EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Bastidores do mundo dos negócios

Em dois meses, Petrobrás amarga duas derrotas ante investidores

PUBLICIDADE

Foto do author Matheus Piovesana
Por Matheus Piovesana (Broadcast)
Atualização:
 Foto:

Nos últimos dois meses, a Petrobrás sofreu duas derrotas parciais, uma na Europa e outra no Brasil, em procedimentos em que investidores pedem compensações pelas perdas que sofreram com a queda das ações da empresa durante a Operação Lava Jato. A mais recente foi em uma corte da Holanda, onde a companhia é alvo de ação coletiva que teve aval da Justiça para prosseguir. No Brasil, a empresa foi desautorizada pela 5ª Vara Empresarial do TJ-RJ, ao tentar dissolver o tribunal da arbitragem que envolve os fundos Petros (de funcionários da própria Petrobrás) e Previ (do BB), e foi multada em 10% do valor da causa. A estatal deve recorrer da decisão.

PUBLICIDADE

Mesmo que o tribunal arbitral permaneça, não será mais o mesmo: o árbitro indicado pela Petrobras renunciou há cerca de duas semanas por questões pessoais, e a companhia nomeou outro. Parte dos envolvidos afirma que seria mais simples manter a dissolução do tribunal, porque a troca pode abrir uma brecha para questionamentos futuros às decisões.

Meses antes de pedir a dissolução do tribunal, a Petrobrás obteve na Justiça a anulação da sentença parcial na qual foi responsabilizada pelos danos aos fundos. A decisão condicionou a empresa ao pagamento dos prejuízos, sem comprovar que estavam diretamente relacionados à sua ação (ou omissão) nos episódios relatados pela Lava Jato. Segundo apurou a Coluna, isso seria comprovado na segunda etapa do procedimento.

Valor das compensações será definido em fase posterior

No Brasil e na Holanda, os valores das possíveis compensações serão definidos em fase posterior dos procedimentos. No caso Petros-Previ, fala-se em pagamentos de até R$ 8 bilhões, mas é difícil prever com exatidão. A Petrobrás não tem estimativas oficiais. Somente no Brasil, haveria oito procedimentos contra a estatal relacionados à operação, seis com a adesão de estrangeiros.

Publicidade

Entre os fundos e as pessoas físicas que buscam indenizações, há uma sensação de falta de isonomia. Como a petroleira fechou um acordo com investidores nos Estados Unidos em 2018, no qual concordou em pagar cerca de US$ 3 bilhões, a percepção é de que quem negocia ações e debêntures da empresa no resto do mundo pagou por uma compensação que só os americanos receberam.

Procurada, a Petrobrás não se manifestou. A empresa tem afirmado em comunicados que é vítima dos fatos descritos na Lava Jato. O advogado Marcelo Gandelman, sócio do escritório Souto Correa Advogados, que atua pela petroleira no Brasil, afirma que a companhia vai se defender de todas as acusações.

Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 07/6, às 17h26.

O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.

Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.

Publicidade

Contato: colunabroadcast@estadao.com

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.