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Bastidores do mundo dos negócios

Acionistas da BRMalls propõem venda de shoppings e enfrentam resistência da administração

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Por Circe Bonatelli (Broadcast)
Atualização:
Shopping Villa Lobos, na capital paulista, é controlado pela  BrMalls. Foto: JB Neto/Estadão

Um cabo de guerra está se formando nos bastidores da BRMalls, maior empresa de shopping centers do Brasil. A acionista e gestora de private equity Aurora Capital e o grupo Suno estão se articulando para tentar emplacar uma estratégia baseada na venda dos shoppings da companhia para fundos de investimentos imobiliários (FIIs). Nesse modelo, a BRMalls seria cotista do fundo e administradora dos estabelecimentos, o que poderia valorizar os ativos entre 50% e 70%, frente ao valor de mercado atual, de acordo com estimativa das proponentes.

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A proposta foi tornada pública em uma carta aberta enviada para o conselho de administração da BRMalls, que recusou o modelo. A direção discorda dos cálculos, diz que a transferência dos ativos geraria custos elevados com impostos, além de limitar a tomada de dívida e reduzir a liquidez para investidores, já que as cotas têm giro menor que ações.

Mas o debate está só começando. A Aurora Capital - acionista com menos de 5% da BRMalls por meio de fundos sob seu comando - e o grupo Suno - interessado em atuar como gestor dos futuros fundos imobiliários - estão tentando mobilizar outros investidores para discutir a proposta.

A Coluna apurou que Squadra (6%), Velt Partners (5,1%) e Atmos (5%), entre outros, estão sendo procurados para aprofundar o assunto. Em última instância, os acionistas têm direito a convocar uma assembleia para votar se a estratégia será adotada pela direção ou não.

"Começamos a estudar a tese há três meses e temos conversado com ainda mais acionistas depois que o assunto se tornou público. A recepção tem sido boa. Se fizer sentido para a maioria, vão solicitar que a empresa siga esse plano", diz o gestor de investimentos da Suno Asset, Vitor Duarte.

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Acionistas podem aumentar participação na BRMalls

A Aurora fala até em expandir sua fatia no negócio. "Estamos dispostos a aumentar a participação dentro do contexto de que vamos precisar ter mais votos no futuro. No fundo, quem manda é quem tem mais votos", afirma o sócio da gestora, Renoir Vieira. "Temos até mesmo interesse em assumir o controle da companhia."

Essa movimentação em torno da BRMalls só é possível porque se trata de uma empresa sem um controlador definido, já que os maiores acionistas têm um porcentual pequeno de ações. Isso não seria possível em outras empresas do ramo, como Iguatemi ou Multiplan, onde os maiores sócios são as famílias Jereissati e Peres, respectivamente.

Procurados, BRMalls, Squadra e Atmos responderam que não vão comentar o assunto. A Velt não deu retorno.

 

Correção: a primeira versão desta nota tinha um erro. A Aurora possui menos que 5% das ações da BRMalls, e não 5,5%, como estava escrito. O texto acima já está corrigido, e a posição acionária precisa não foi revelada pela Aurora nem pela BRMalls.

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Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 23/03/2021, às 18:08:51.

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