Protelação. Apesar de sinalizar com mais prazo, a Eneva acusa, nos bastidores, a administração da AES Tietê de adiar a convocação da assembleia de acionistas e adotar uma atitude protelatória, insistindo na solicitação de mais informações. Muitos delas, alega a Eneva, de caráter público. O tom é diferente ao adotado semanas atrás, quando a geradora ainda mantinha postura mais cordial sobre o tema.
Oferta hostil. A AES Tietê, que até então acusava a Eneva de omitir detalhes sobre o que classifica como "oferta hostil", diz que as informações solicitadas são necessárias para avaliar um negócio complexo, de modo a preservar o interesse dos acionistas. Além disso, argumenta que a Eneva teve um ano para analisar o negócio, ao passo que a administração da Tietê teve pouco mais de um mês para estudá-la.
50% + 1. Em que pese o clima de conflito entre a administração das duas empresas, a Eneva confia no sucesso da operação. Em entrevista recente ao Broadcast, o diretor financeiro e de relações com investidores da geradora térmica, Marcelo Habibe, afirmou que a empresa já tem mais de 50% dos votos necessários para aprovar o negócio. Vale lembrar que a assembleia pode ser convocada por qualquer acionista (ou grupo de acionistas) com mais de 5% das ações da Tietê, como o BNDES e a Eletrobras. Procurados, Eneva e AES Tietê não se manifestaram.