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Bastidores do mundo dos negócios

Acusações elevam a temperatura nos bastidores da fusão Eneva/AES Tietê

Subiu a temperatura nos bastidores da operação de compra da AES Tietê pela Eneva. Diante da indefinição sobre a convocação da assembleia de acionistas pela administração da Tietê para deliberar sobre a transação, as duas empresas intensificaram a troca de acusações sobre os rumos do negócio, de acordo com fontes a par do assunto. A proposta atual da Eneva, que prevê o pagamento de R$ 6,6 bilhões aos acionistas da AES Tietê, é válida até 30 de abril. Para que continue em vigor, a administração da geradora americana teria de convocar a assembleia de acionistas até a data. Esta semana, em comunicado ao mercado, a Eneva informou aos acionistas da Tietê que poderia prorrogar sua oferta por mais tempo, caso necessário.

Por Wellington Bahnemann
Atualização:

Protelação.  Apesar de sinalizar com mais prazo, a Eneva acusa, nos bastidores, a administração da AES Tietê de adiar a convocação da assembleia de acionistas e adotar uma atitude protelatória, insistindo na solicitação de mais informações. Muitos delas, alega a Eneva, de caráter público. O tom é diferente ao adotado semanas atrás, quando a geradora ainda mantinha postura mais cordial sobre o tema.

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Oferta hostil.  A AES Tietê, que até então acusava a Eneva de omitir detalhes sobre o que classifica como "oferta hostil", diz que as informações solicitadas são necessárias para avaliar um negócio complexo, de modo a preservar o interesse dos acionistas. Além disso, argumenta que a Eneva teve um ano para analisar o negócio, ao passo que a administração da Tietê teve pouco mais de um mês para estudá-la.

50% + 1.  Em que pese o clima de conflito entre a administração das duas empresas, a Eneva confia no sucesso da operação. Em entrevista recente ao Broadcast, o diretor financeiro e de relações com investidores da geradora térmica, Marcelo Habibe, afirmou que a empresa já tem mais de 50% dos votos necessários para aprovar o negócio. Vale lembrar que a assembleia pode ser convocada por qualquer acionista (ou grupo de acionistas) com mais de 5% das ações da Tietê, como o BNDES e a Eletrobras. Procurados, Eneva e AES Tietê não se manifestaram.

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