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Bastidores do mundo dos negócios

Águas do Brasil, vencedora do maior leilão de saneamento do País, já avalia novas concessões

Por Juliana Estigarríbia
Atualização:
Empresa acaba de assumir bloco arrematado no leilão da Cedae  Foto: Wilton Júnior/Estadão

A Águas do Brasil acaba de assumir o bloco arrematado no maior leilão de saneamento da história do País, o da Cedae, e já está de olho em novas concessões de água e esgoto, mesmo diante do horizonte de incertezas que incluem eleições e consolidação do novo marco regulatório do setor. A empresa fluminense aposta na sua longa atuação em saneamento para capturar o potencial de crescimento desse mercado.

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"Vamos ver a Águas do Brasil em novas concessões, estamos nos preparando para isso", afirma ao Broadcast a diretora de sustentabilidade e relações institucionais do grupo, Marilene Ramos. Segundo a executiva, que já foi presidente do Ibama e diretora do BNDES, "não há limites" para concessões em saneamento no País.

"Projetos muito pequenos não fazem sentido para nós, devido à escala, mas há outros no cronograma como o da Corsan e a PPP da Sanepar. Temos disputado concessões e estamos com apetite para brigar por mais", garante.

A Águas do Brasil iniciou suas atividades em meados da década de 1990, com destaque para a cidade de  Niterói. Atualmente, o grupo tem 15 concessões no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Na Cedae, a empresa arrematou o bloco que hoje tem 17 municípios e a zona oeste da capital fluminense com uma outorga de R$ 2,2 bilhões. Os investimentos estimados no período da concessão são de R$ 4,7 bilhões. A maior parte desse montante deve ser desembolsada nos próximos 10 anos.

Reduzir perdas de água é um dos desafios do grupo

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"Acabamos de assumir a concessão no último dia 1º. Temos apresentado excelentes resultados, a sucessão não teve nenhuma intercorrência", afirma a diretora. Segundo ela, o grupo tem não só o desafio de universalizar água e esgoto, mas também de reduzir as perdas de água, que hoje no Brasil estão acima de 40%.

"No grupo, as perdas já estão abaixo de 30%, em algumas concessionárias conseguimos atingir índice de 18%." Essa redução, ela destaca, passa pela otimização dos processos, com adoção de tecnologias de automação nos reservatórios, medição nas redes de pressão, inteligência artificial para identificar vazamentos, entre outros.

Para o diretor de infraestrutura do Banco Fator, Ewerton Henriques, o setor de saneamento deve sofrer com problemas na cadeia de fornecimento nos próximos anos. "A cadeia não estava preparada para uma demanda tão grande", observa.

Por outro lado, ele acredita que muitas concessões não devem ter dificuldades para atrair investimentos. "Um projeto bem estruturado consegue acesso a capital. Hoje, em saneamento, o mercado está cada vez menos olhando para as empresas e mais para os projetos", afirma.

Ambiente para investimento melhorou com novo marco regulatório

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A diretora da Águas do Brasil avalia que o ambiente para investimentos em saneamento melhorou de forma significativa após a aprovação do novo marco regulatório do setor, mas ainda há questões a serem resolvidas, como a definição das diretrizes da ANA (agência reguladora), diferenciação entre as concessões anteriores e posteriores ao novo marco e o acompanhamento da capacidade econômico-financeira das empresas para cumprir as metas de universalização.

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"Adicionalmente, é preciso garantir que os contratos de programa não vão voltar", assinala Marilene Ramos. Apesar dessas incertezas, a executiva demonstra otimismo. "Estamos extremamente otimistas, temos 25 anos de atuação em concessões. Onde o setor privado entrou, aumentou o acesso à água e esgoto com tarifas similares às da administração pública", diz. "Sabemos que é possível fazer, estamos falando de tecnologias dominadas há mais de um século, não há razão para não acontecer."

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 30/08/2022, às 16h10.

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