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Bastidores do mundo dos negócios

Aos 86 anos, Cultura Inglesa de São Paulo compra Cultura Inglesa do Rio e de mais 4 Estados

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Por Luisa Laval
Atualização:
Fundada em 1935, Cultura Inglesa tem o desafio de avançar no digital / Foto: Cultura Inglesa

A Associação Cultura Inglesa de São Paulo (ACISP), dona da marca de cursos Cultura Inglesa em São Paulo, Bahia e Santa Catarina, fechou acordo para comprar todas as unidades da marca controladas pelo grupo Spot Educação. Dessa forma, a empresa assume as operações das escolas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Após a transação, a Spot passará a se chamar Edify Education.

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Apesar de ter o mesmo nome, a Cultura Inglesa é formada por diferentes entidades independentes em todo o País, com 169 unidades. A primeira delas foi fundada em 1934, no Rio de Janeiro, e é a que se incorpora agora à de São Paulo, criada um ano depois. Após a operação, a instituição passa a ter 145 unidades no total, o equivalente a 85% das escolas da marca. A empresa diz que a nova configuração regional representa cerca de 70% do mercado nacional de ensino de inglês no Brasil.

Negócio vai dar porte de 90 mil alunos à empresa

Com a aquisição, a ACISP passa a ter cerca 90 mil alunos, agregando os 35 mil da Cultura Inglesa com sede no Rio de Janeiro. "Esse porte maior vai nos dar mais musculatura e capacidade de investimento e competitividade. O mercado de ensino de inglês é bem competitivo, pois não tem barreiras regulatórias como o ensino superior e a educação básica. Tem muita concorrência de grandes grupos educacionais e redes internacionais", afirma Marcos Noll, CEO da ACISP, ao Estadão/Broadcast.

Além das unidades de ensino, a Cultura Inglesa de São Paulo também adquiriu a Hyper English, plataforma online de ensino desenvolvida pela Cultura do Rio de Janeiro. "Mesmo no pós-pandemia, com a volta da demanda pelo ensino presencial, muita gente vai preferir fazer o inglês no modelo remoto. Estamos nos preparando nessa transformação digital de portfólio de cursos, para oferecer essas três modalidades: ensino presencial, remoto (aulas ao vivo) e online (curso em que o estudante adapta as aulas à sua rotina)", diz Noll.

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Centro de formação de professores e modelo de franquias serão integrados

Segundo ele, a aquisição também irá complementar as operações das duas sedes: "Embora tenhamos operações similares, temos ativos distintos. Em São Paulo, temos uma faculdade de formação de professores, o que a Cultura Rio não tem. Por outro lado, a Cultura Rio tem a plataforma de inglês online e o modelo de franquia, que não temos. Em termos organizacionais, enxergamos mais como uma fusão, pegando o melhor de ambas e criando uma nova organização de escala nacional e mais digital", afirma.

A integração das duas empresas será gradual, contemplando a uniformização de cursos e união de operações, diz ele. "Nos primeiros dois anos, não deve haver muitas mudanças. Depois, começaremos uma fase de unificação de estrutura, de uniformização de sistemas. Por exemplo, as logomarcas são diferentes, então faremos a unificação disso também, além da diferença em algumas grades de curso e portfólio", afirma.

Não foram anunciados valores relacionados à aquisição, mas Noll diz que ela foi realizada apenas com recursos próprios da ACISP. A operação não precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e deve ser concluída ao fim de março.

Spot Educação volta-se a escolas

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Com a venda de suas unidades da Cultura Inglesa e do Hyper English, a Spot Educação passa a se dedicar aos negócios B2B2C (transação entre empresas visando venda para o consumidor final). O nome passará a ser Edify Education, um de seus principais negócios, que consiste em um programa bilíngue direcionado a escolas.

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"Nossa estratégia fica mais voltada ao mercado em que você consegue se instalar mais rápido, voltada para essa plataforma bilíngue para escolas regulares", diz Bernardo Paiva, co-CEO da Spot Educação, ao Estadão/Broadcast. "Estamos olhando para as escolas, mas preocupados com os alunos na ponta."

Segundo Paiva, a Edify saltou de 3 mil alunos, em 2017, para 30 mil ao fim do ano passado, com meta de alcançar 200 mil em cinco anos. De acordo com ele, a venda da Cultura Inglesa não acarretará problemas com concorrência, pois as empresas atuarão em nichos diferentes.

Além da Edify, o grupo educacional tem entre suas marcas a codeBuddy, escola especializada em programação e robótica para crianças e jovens de 7 a 16 anos, e o programa bilíngue Go Bilingual. O grupo continuará com a editora Learning Factory, que fornece material didático às unidades da Cultura Inglesa.

 

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Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 01/03/2021, às 12:15:25.

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