Por Fernanda Guimarães
A Marfrig acaba de contratar o JPMorgan, o Bradesco BBI e o Santander para estruturarem uma nova oferta de ações. A emissão será primária e em parte secundária, para que o braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o BNDESPar, venda a fatia que detém da empresa. Apesar dessa ser a intenção, a história poderá ter um caminho diferente: Marcos Molina, sócio-fundador e dono da maior participação na Marfrig, não desistiu de comprar o pedaço que o BNDES detém na companhia.
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Fome. A oferta, que deverá movimentar cerca de R$ 2 bilhões, está programada para ocorrer já em dezembro. A parcela da oferta primária, que injetará recursos no caixa da empresa, ajudará no pagamento de seu aumento de participação na controlada norte-americana National Beef, anunciada recentemente, em um negócio de US$ 860 milhões. A ideia é que a emissão da Marfrig ocorra antes da oferta subsequente da JBS programada também para o próximo mês. Do mesmo modo que a concorrente, a nova emissão também servirá para que o BNDES deixe a empresa, mas deve chegar em R$ 8 bilhões.
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Reviravolta? Molina, ao longo dos últimos meses, bateu na porta dos bancos atrás de financiamento. Sua ideia era ter bala na agulha para adquirir a parte do banco de fomento na companhia antes que o BNDES a colocasse à venda. O empresário detém 36,43% de participação na Marfrig, por meio da holding MMS Participações. O BNDES é seu maior sócio, com uma fatia de 33,74%. Mesmo com os trâmites para essa nova emissão estarem andando, Molina está mexendo os pauzinhos para tentar levar as ações. Procurado, BNDES disse que comenta sua estratégia no âmbito de suas companhias investidas. Já a Marfrig não concedeu entrevista.
Notícia publicada no Broadcast dia 26/11/2019, às 12:40:25
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