A emissão de debêntures incentivadas (títulos de dívida isentos de imposto de renda) de cerca de R$ 3 bilhões que a Petrobrás vinha tocando com um grupo de bancos deve ficar em segundo plano, diante ao sucesso da captação feita nesta quarta-feira pela petroleira no exterior. A estatal atraiu mais de US$ 15 bilhões em demanda para a emissão de títulos de dívida (bonds) de US$ 3,25 bilhões, algo não visto nas mais recentes emissões brasileiras. Com isso, reduziu custos e fez com outras companhias brasileiras olharem para o mercado de dívida externa para captar recursos.
Cenário é de grande liquidez internacional
Depois de um período de grande aversão a risco, a elevada demanda demonstra a necessidade dos investidores em alocar recursos no momento em que os governos norte-americano e europeu seguem distribuindo estímulos econômicos e derrubando taxas de juro para conter um colapso das economias e empresas frente ao covid-19. No mercado de dívida local, entretanto, a demanda por debêntures segue limitada, o que impede a redução no custo da captação e reduz a eficiência de novas operações. Na estratégia que vinha sendo traçada pela Petrobrás na emissão de debêntures, os papéis ficariam com os bancos coordenadores a um custo pré-determinado.
Foram levantados US$ 1,5 bilhão em bonds de 10 anos à taxa de 5,60%, inferior aos 6% apresentados inicialmente aos investidores. Em bonds com vencimento em 30 anos, a petroleira captou US$ 1,75 bilhão à taxa de 6,90%, abaixo dos 7,30% iniciais.
Contato: colunabroadcast@estadao.com
Siga a @colunadobroad no Twitter