A oferta da fatia da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem, via mercado de capitais, pode ter mais dificuldade em andar do que foi imaginado. Na falta de um comprador, a venda do bloco de ações pela Bolsa foi a saída encontrada. Dessa maneira, o grupo em recuperação judicial trocaria sua participação por dinheiro ainda este ano - e atenderia ao desejo dos bancos credores, que querem aproveitar a valorização dos papéis da petroquímica. Alguns gestores, porém, têm dito que não comprarão o papel. Entre os motivos estão o fato de que o ciclo de alta das commodities se encerra este ano e de haver ainda muitas incertezas em torno da companhia, como o tamanho do passivo ambiental nas operações de sal-gema em Alagoas.
Para a venda a um ou alguns concorrentes do setor petroquímico - já que a operação poderia ser dividida entre as fábricas do Brasil e as de outros países -, os motivos são semelhantes. Não há clareza, por exemplo, se a Petrobras vai querer exercer o direito de receber o mesmo valor pago à Novonor por seus papéis. A Novonor detém 50,1% do capital votante e 38,3% do capital total da Braskem. A estatal é sócia, com 36,1% do capital total.
A leitura é que, sem um alinhamento entre os dois donos e sem um projeto claro para a Braskem, será difícil vender tantas ações, em valores que superam os bilhões de reais. Não se sabe se os sócios sairão integralmente ou se a empresa vai ao Novo Mercado, entre outras dúvidas. Um especialista resume em uma frase o problema: "falta um projeto, uma história com começo meio e fim". Procurada, a Novonor não respondeu a pedido de entrevista.
Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 08/10/2021 às 19h27.
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