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Bastidores do mundo dos negócios

Após aporte de R$ 500 milhões, Inspira avança pelo País e está pronta para IPO

Por Gabriel Baldocchi (Broadcast)
Atualização:
André Aguiar, presidente da Inspira. Foto: Wilton Junior/Estadão

Apesar da carreira de mais de 20 anos como gestor de educação, o fundador da rede de escolas Inspira, André Aguiar, se recusa a deixar a sala de aula. Enquanto administra o segundo maior grupo de educação básica do País, não abre mão de ensinar matemática. A didática será de grande valia no ano que vem, quando precisará "educar" investidores sobre o valor do negócio que pretende levar à Bolsa. Segundo Aguiar, com as recentes aquisições, a empresa, controlada por um fundo de private equity do BTG, vai superar 100 escolas e estará pronta para a abertura de capital. A oferta inicial de ações (IPO, em inglês) só não sairá em 2023 se a "temperatura" do mercado não permitir.

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O tom professoral será bem-vindo para falar sobre uma tese de negócio que difere da concorrência. A ideia da Inspira é consolidar o mercado sem uma metodologia única de ensino. Isso significa que as escolas compradas são mantidas praticamente inalteradas, sem padronização. O ganho de escala se dá pela unificação de áreas que podem ser centralizadas (como emissão de boletos, por exemplo) e no acesso a recursos - via mercado - para permitir a expansão de colégios tradicionais em suas regiões.

Um exemplo disso é a última aquisição, em Santa Catarina, único Estado do Sul no qual a companhia não estava presente. O Centro de Ensino Guroo, com 520 alunos, tem 33 anos de tradição em Florianópolis. O negócio foi fechado após três anos de conversas e pelo interesse dos proprietários em ter um sócio para abrir mais unidades. No processo de aquisição, além de preservar a cultura das escolas, a ideia é que os donos virem sócios da Inspira. Hoje, já são mais de 20 empreendedores nessa condição.

O plano de negócios do grupo está adiantando. A previsão era chegar ao fim do ano com 100 escolas e um faturamento anual próximo de R$ 1 bilhão. Hoje, o grupo já contabiliza 104 escolas, mais de 65 mil alunos e faturamento anual de R$ 1,1 bilhão, na conta que considera a mais recente aquisição e acordos fechados que devem ser anunciados nos próximos meses.

Companhia recebeu aporte de cerca de R$ 500 milhões

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Um aporte de capital de cerca de R$ 500 milhões no primeiro semestre ajudou o grupo a seguir com as compras em ritmo acelerado pelo Brasil. O reforço contou com R$ 300 milhões via emissão de debêntures e cerca de R$ 200 milhões dos acionistas, entre os quais o fundo de private equity (de participação em empresas) do BTG.

A nova previsão agora indica que o grupo terminará o ano com uma rede de 120 escolas, faturamento anual próximo de R$ 1,3 bilhão e Ebitda (medida de geração de caixa) em torno de R$ 280 milhões. "Nossa ambição era ter a empresa pronta para o IPO em 2023 - e isso já temos. As consultorias estão contratadas, temos tamanho para isso e estruturamos a empresa para isso", afirma Aguiar. "Estamos no acampamento base do Everest e olhando para a meteorologia. No momento em que o clima liberar e tiver a janela, vamos atingir o cume."

Aguiar afirma, porém, que há tranquilidade por parte dos acionistas para seguir com o plano se as condições de mercado não permitirem o IPO em 2023. A meta para o ano que vem é adicionar mais 30 escolas e chegar a um faturamento próximo de R$ 2 bilhões, com um Ebtida acima de R$ 350 milhões.

Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 09/08/2022, às 16:49.O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.

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