PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Bastidores do mundo dos negócios

Após IPO de quase R$ 1 bi, fundo espera resolver conflito de interesse

O fundo de investimento imobiliário VBI Prime Properties fez história neste mês ao levantar, em plena crise, R$ 972 milhões em sua abertura de capital na Bolsa (IPO, na sigla em inglês), uma das maiores já registradas no setor. Agora, porém, o veículo de investimentos terá pela frente um teste para sua estratégia de negócios.

Foto do author Circe Bonatelli
Por Circe Bonatelli (Broadcast)
Atualização:

Lá e cá. Os recursos do IPO serão usados na compra de dois edifícios corporativos que pertencem a veículos controlados pela casa de investimentos imobiliários VBI Real Estate, que também é a gestora do VBI Prime Properties. Ou seja, a casa é compradora e vendedora no mesmo negócio, situação de conflito de interesse pelas regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Além disso, o BTG também está nas duas pontas, como administrador de fundos dos dois lados do negócio.

PUBLICIDADE

Assembleia. Está prevista para agosto a assembleia com os cotistas do fundo VBI Prime Properties na qual serão submetidas a votação a proposta de comercialização dos imóveis e a pacificação de eventuais conflitos de interesse. Para o sinal verde será necessário aval de cotistas detentores de pelo menos 25% do fundo.

Quem avisa amigo é. Quem colocou dinheiro no IPO já estava avisado sobre o potencial conflito de interesse, descrito no prospecto da emissão de cotas. Por isso, a expectativa é que não sejam levantadas barreiras para a confirmação dos negócios. O valor dos imóveis foi apurado por meio de laudo técnico, que será usado como referência para a transação.

De olho. O potencial conflito entrou no radar do setor depois do caso envolvendo o fundo TB Office no fim do ano passado. Na época, a Hedge Investments propôs a compra do Tower Bridge Corporate por um valor quase 10% abaixo do apontado no laudo de avaliação. A Hedge também era cotista do fundo, ou seja, estava na ponta compradora e vendedora. O negócio não foi para frente.

Pipeline. No VBI Prime, do total de recursos captados pelo IPO, R$ 410 milhões vão para a compra do edifício Park Tower, na Av. Brigadeiro Luis Antonio e ocupado pela Prevent Senior. outros R$ 340,5 milhões vão para a aquisição de metade do prédio FL 4440, na Faria Lima, que tem como inquilinos o UBS e o China Construction Bank, entre outros. Ambos estão 100% alugados. Fora os custos do IPO, sobram ainda cerca de R$ 150 milhões que serão usados na compra de participação em outro prédio classe A, numa operação que pode ser fechada ainda este ano.

Publicidade

Clubinho. Os investidores institucionais ficaram com 55% do volume total de cotas emitidas. Algumas das maiores fatias foram arrematadas pela Funcesp, fundação das empresas elétricas de São Paulo, e por fundo gerido pela casa de investimentos Navi Capital. Já os 45% restantes ficaram com o varejo, pulverizados entre mais de 6 mil CPFs. A oferta teve o Itaú BBA como coordenador líder, e a XP e o Banco Safra como coordenadores contratados. As cotas do VBI Prime Properties começarão a ser negociadas na bolsa a partir desta quarta-feira, 29.

contato: colunadobroadcast@estadao.com

Siga a @colunadobroad no Twitter

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.