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Bastidores do mundo dos negócios

Após um ano, antigo pregão da Bolsa é reaberto com oferta de ações de startup

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:
B3, após renovar o local do antigo pregão. Crédito da foto Gustavo Scatena/Divulgação B3 Foto: Estadão

 

O antigo pregão da bolsa, que há um pouco mais de 10 anos ainda era atravessado diariamente por dezenas de operadores que se apertavam no espaço para fazerem suas operações, foi por décadas o principal cartão de visita da Bovespa. No fim de 2009, o espaço teve seu uso alterado com o fim dos negócios por viva-voz, que passaram a ser feitos eletronicamente desde então. O espaço, que por muito tempo foi palco de milhares de operações, foi adaptado para novos usos. De ponto turístico no centro de São Paulo a local de inúmeros leilões, o prédio recebeu também muitos eventos corporativos, como as tradicionais estreias das companhias após a abertura de capital com o toque do sino representando o início do pregão do dia. Agora, o ambiente acabou de ganhar uma cara nova após quase um ano de reformas, representando, enfim, a cara nova da B3 mais de três anos depois da compra da Cetip pela BM&FBovespa.

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Localizado no térreo do prédio entre as ruas XV de Novembro e Álvares Penteado, o ex-espaço Raymundo Magliano Filho, nome em homenagem ao executivo que foi presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) entre 2001 e 2007, está totalmente repaginado. Agora batizado como Espaço B3, o local foi ampliado, mas ainda equipado com o grande telão das ações e um púlpito, agora maior. O local ganhou um ar mais moderno. O telão acionário é o mesmo do ambiente antigo, como forma de manter uma peça importante que marcou o espaço por muitos anos.

O primeiro evento público do espaço já pode ser entendido como um sinal dos novos tempos: a cerimônia hoje, de estreia da startup Méliuz, a primeira empresa de cashback na bolsa brasileira e que deve pavimentar o caminho para outras novatas de tecnologia. Apesar do evento presencial - será a primeira cerimônia de IPO desde fevereiro - ele ainda será restrito, dada a necessidade de se evitar aglomerações. O IPO da Méliuz foi concluído enquanto diversas empresas estão suspendendo suas operações, apontando "condições adversas" do mercado.

Além do primeiro IPO a ser celebrado no novo espaço ser de uma startup, algo inimaginável há poucos anos, outro sinal dos novos tempos é que a corretora Magliano, fundada em 1927 pelo pai de Raymundo Magliano Filho, cujo nome estampou por uma década o antigo pregão, foi comprada este ano por uma fintech, o Neon.

Na telinha

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Ao longo do último ano, as comemorações das estreantes na bolsa brasileira tiveram uma cara nova. Desde maio, quando as ofertas iniciais de ações começaram a ficar mais frequentes, após o lapso no início da pandemia, o ambiente das cerimônias com o tradicional toque de sino se tornou virtual, algo que ganhou o dia-a-dia das pessoas globalmente por conta do novo coronavírus. Foram cerca de 20 estreias nesse formato. A partir daqui, o evento será híbrido - a transmissão online, algo que já vinha acontecendo antes da pandemia, seguirá acontecendo.

Depois da entrega do espaço, a B3 terá uma outra novidade. Será feito no andar de cima do espaço o Museu B3, com a proposta de contar a história do mercado de capitais no Brasil e no mundo, co inauguração prevista para o final do ano que vem.

A reforma do espaço ocorreu em conjunto com os prédios que a B3 tem no centro de São Paulo. Por trás da modernização, está o fim do processo de integração e da marca nova, que nasceu junto com a empresa após a fusão. A reforma do antigo prédio da Bovespa já foi entregue. O imóvel onde está a sede, na Praça Antônio Prado, onde ficava a ex-BM&F, será finalizado em fevereiro de 2021. Já o edifício que foi adquirido mais recentemente, que faz divisa com a sede e conhecido por estampar em sua fachada 13 moedas douradas gigantes, de réis e cruzeiros, que remetem à época do Império até a República, finalizará o processo de reformas no fim do próximo ano.

Depois da fusão, em 2017, cogitou-se a possibilidade da nova empresa, fruto da união de Cetip e BM&FBovespa, deixar o centro e migrar para um prédio que pudesse acomodar toda a companhia. A decisão, no final, foi manter a sede no centro, até por conta de sua história, porém reformulando integralmente os prédios, para atualizá-los.

 

Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 04/11/2020 às 18:48

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