Também pesa o tamanho da companhia, uma das maiores processadoras e produtoras de etanol do Brasil, que atrairia apenas grandes (e raros) grupos industriais ou fundos. Apesar do socorro obtido de R$ 6 bilhões há dois anos da Odebrecht SA, sua holding, para reestruturar uma dívida de R$ 11 bilhões, a Atvos tenta negociar com os bancos credores perdão para os juros. A venda seria retomada depois.
Em maio, a empresa foi multada e impedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de firmar contratos públicos, em meio a um processo que apurou doações para campanhas eleitorais em 2014 acima do permitido pela lei. No mesmo mês, a companhia deixou de honrar juro referente a empréstimo tomado com bancos, citando o comprometimento de seu fluxo de caixa por conta da greve dos caminhoneiros.
Complicado. A venda de ativos no setor sucroenergético tem sido difícil, já que há um número elevado de usinas disponíveis, mas altamente endividadas. Os compradores têm olhado só para aquelas que estão em recuperação judicial, para evitar sucessão de passivos, ou para usinas de cogeração, nas quais é possível compensar queda na commodity com produção de energia.
No páreo. Em nota, a Atvos disse que permanece em busca de parceiros estratégicos. A empresa comentou também que o processo em curso perante o TSE não interfere na busca de parceiros, acrescentando que aguardará a publicação da decisão para interposição dos recursos cabíveis. A Atvos disse ainda considerar excessivas as sanções aplicadas pela Justiça Eleitoral.
Siga a @colunadobroad no Twitter