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Bastidores do mundo dos negócios

Avessa a IPOs, IP Capital embarca na XP por conhecer americana Charles Schwab

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:

Sem costume de ingressar em ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), a gestora brasileira IP Capital Partners decidiu entrar na abertura de capital da XP Investimentos por conhecer o negócio da corretora americana Charles Schwab. A leitura foi a de que o negócio de ambas são similares, o que a convenceu de comprar ações no IPO. Em relatório de gestão, a gestora lembra que a Charles Schwab é o "benchmark declarado da XP". Além de entrar no IPO, a IP destaca que a longo de 2019, enquanto as ações da corretora americana caíram 40% em relação ao pico atingido em 2018, a gestora aumentou sua posição no papel. No fim do ano passado, a Charles Schwab comprou a concorrente TD Ameritrade, por meio de troca de ações, criando uma empresa com US$ 5,3 trilhões sob custódia.

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De olho. A IP foi uma das gestoras brasileiras que no ano passado questionou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a possibilidade de participar da oferta da XP, que se realizou em dezembro na bolsa norte-americana Nasdaq. A consulta era se os fundos locais poderiam comprar ações de empresas brasileiras que optaram em abrir capital fora do País. O entendimento do regulador foi de que a compra poderia ser feita, desde que respeitadas as regras, dentre elas que a oferta não poderia ter esforço de venda direcionado ao investidor domiciliado no Brasil e o fundo interessado no IPO deveria se dirigir de forma espontânea ao intermediário estrangeiro.

Exceção à regra. Apesar de ter entrado na oferta da XP, a IP frisou em seu relatório de gestão que não participa de IPOs porque o tempo é muito curto para analisar a companhia. "Às vezes passamos anos estudando uma companhia até termos a convicção sobre a empresa conjugada a um preço atrativo. Em IPOs não há esse tempo para reflexão, enquanto há diversos outros fatores que não são favoráveis aos compradores". A oferta da XP movimentou US$ 2,25 bilhões. Em um pouco mais de um mês, a ação acumula alta de cerca de 44%.

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