O Banco do Brasil prepara um investimento da ordem de R$ 200 milhões para adquirir participações minoritárias em startups. O anúncio está previsto para ocorrer hoje, dia 06, em paralelo à divulgação de resultados, última sob a gestão do economista Rubem Novaes, de saída do comando da instituição. Metade do valor inicial já seria desembolsado no curto prazo. Trata-se da primeira etapa de um plano ambicioso - cuja cifra seria bem maior - e em gestação há algum tempo no banco. Nos bastidores, o projeto é tido como um importante instrumento para o BB se posicionar em meio à arena digital na qual se transformou o setor financeiro. A meta era ter uma série de investimentos ainda em 2020, mas a pandemia atropelou os planos. O BB tem interesse em startups que tenham sinergia com o seu negócio como aquelas focadas nos setores financeiro, seguros e de agronegócios. Em troca, vislumbra parcerias elas.
Como será? Para viabilizar o investimento, o BB já teria selecionado fundos que compram participação em empresas iniciantes, conhecidos como venture capital, e gestores privados. Poderá tanto fazer aportes sozinho, como ao lado de outras companhias, desde que não sejam concorrentes. A seleção das investidas ainda não teria começado.
Passa longe. Para tirar o projeto do papel, o BB gastou um tempo com a definição e aprovação de regras duras de governança corporativa nos vários escalões do banco. Uma das premissas é a de que a instituição não terá controle de nenhum negócio investido.
Gato escaldado. Desde a eclosão da Operação Lava Jato, o temor da caneta tem assombrado as instituições públicas. Startups com algum tipo de relação política ou de executivos próximos da instituição financeira - como recentemente se viu no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - já estão cortadas da lista de candidatas que poderão ter acesso aos recursos, por exemplo. Procurado, o BB não comentou.
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