Coluna do Broadcast
21 de julho de 2019 | 04h00
O sindicato de bancos que assessorou a oferta subsequente de ações (follow on) do ressegurador IRB Brasil Re vai receber uma remuneração considerada simbólica pelo mercado financeiro. Os acionistas vendedores das ações do ressegurador- a União e o Banco do Brasil – decidiram cortar o valor que seria pago: dos R$ 120 milhões combinados inicialmente para R$ 3,5 milhões. A redução de 97% foi decidida depois de que o preço unitário da ação na oferta ficou abaixo de R$ 90, o valor almejado pelos vendedores. Com isso, BB Investimentos, Bank of America Merrill Lynch (BofA), Bradesco BBI, Citi, Itaú BBA, UBS e Caixa receberão R$ 500 mil cada.
Desencontro. No dia da precificação da ação do IRB, a mensagem era de que havia ordens suficientes para fechar a operação a R$ 90, valor que era, até ali, apontando como mínimo para realizar a transação. No entanto, no final do dia, um dos bancos recuou com duas ordens, fazendo com que a operação pudesse ser viabilizada apenas em R$ 88. Os demais integrantes do sindicato tiveram então que “socializar” o erro e ficaram com a comissão reduzida.
Por fim. No fim da oferta, a venda dos papéis foi concluída a R$ 88 e gerou R$ 7,39 bilhões para os dois sócios. O valor é 13% menor que a cotação do dia do anúncio dessa operação, em 10 de julho. Portanto, União e BB embolsaram R$ 1,1 bilhão a menos que o calculado oito dias antes.
Divisão. Estrangeiros dominaram a oferta, ficando com 71% dos papéis vendidos. Dentre as ordens de compra mais altas feitas pelos investidores na operação, estiveram nomes como o do americano Lazard, o fundo soberano de Cingapura (GIC), o britânico Schroders, a Previ (fundo de pensão do BB) e a XP. Ao todo foram 60 investidores participantes na oferta. Procurado, o IRB não comentou. BB, por meio da BB Seguridade, e União, por meio do Ministério da Economia, também não se manifestaram.
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