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Bastidores do mundo dos negócios

BofA espera pelo menos 10 ofertas de companhias já listadas em Bolsa este ano

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Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:
Neste ano, até setembro, houve apenas 15 ofertas de ações na B3  Foto: Gabriela Biló /Estadão

O Bank of America (BofA) estima que pelo menos 10 ofertas de companhias já listadas possam acontecer este ano. Marcado por um cenário de alta global nos juros, incertezas quanto ao ritmo da inflação e piora da atividade econômica, pode-se dizer que o número é positivo. Com os investidores resgatando seus recursos dos fundos de ações e da bolsa, o volume de ofertas subsequentes (ou follow ons, no jargão do mercado) feitos até junho caiu 43% em relação ao do mesmo período do ano passado. Sem a privatização da Eletrobras, foram R$ 18,5 bilhões em emissões de papéis de empresas com capital aberto, contra R$ 32,3 bilhões nos seis primeiros meses do ano passado. A oferta de ações da Eletrobras sozinha somou R$ 33,7 bilhões.

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Setores com mais previsibilidade saem na frente

Não basta a presença na bolsa para atrair o interesse dos investidores. A empresa tem de estar em setores com fluxo de caixa mais previsível e apresentar um motivo claro da tomada de recursos que, ao fim, crie mais valor ao negócio, como uma fusão e aquisição, afirma o corresponsável pelo banco de investimento do BofA, Bruno Saraiva.

As empresas que mais recentemente fizeram uso da bolsa para levantar capital têm grandes aquisições para ser quitadas. A Eneva levantou R$ 4,2 bilhões para compor os recursos de uma aquisição de R$ 6 bilhões de duas usinas de energia e a Petrorecôncavo captou R$ 1 bilhão para financiar a compra da Polo Bahia-Terra da Petrobras. Na opinião de Saraiva, esse deve continuar sendo o principal motivo das próximas ofertas subsequentes que podem chegar à bolsa.

Mercado ainda não está receptivo à grande maioria das aberturas de capital

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Já em relação às aberturas de capital, que estão prestes a completar um ano sem nenhum operação na B3, Saraiva tem uma visão mais cautelosa. "O mercado não está receptivo para a grande maioria das operações", afirma. Aqui, também vale o mesmo raciocínio para os follow ons, ou seja, devem encontrar algum espaço empresas de setores como energia e saneamento.

Para ele, julho pode ser um mês de oportunidades. Outra janela, só mesmo após as eleições presidenciais. Com o primeiro semestre chegando ao fim, o período foi o mais fraco em IPOs desde a primeira metade de 2015, ano marcado pela crise política que levou ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Sem saber o tamanho da alta de juros nos Estados Unidos, e como a atividade econômica da maior economia do mundo será afetada pelo aperto, o apetite por risco dos investidores ficará comprometido. Nos EUA, o primeiro semestre foi um dos mais fracos em IPO dos últimos seis anos. No segundo trimestre, foram apenas pouco mais de US$ 1,5 bilhão em captações, uma fração do que costuma acontecer em Wall Street. "O mercado está muito arisco e pouco tomador", diz Saraiva.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 27/06/22, às 17h53

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