De acordo com ele, o Bradesco, que por anos relutou em ceder carteiras de créditos vencidas e inadimplentes há bastante tempo, vai continuar atuando neste mercado, de NPL, na sigla em inglês, de forma recorrente nos próximos anos. Quanto à compra de 65% da RCB Investimentos, especializada na recuperação de empréstimos vencidos e inadimplentes, Fabri explicou que a empresa não terá exclusividade nas operações e terá de concorrer com os demais players na disputa pelas carteiras do banco.
Já foi assim na última operação que o Bradesco fez, arrematada pela Ativos, neste mês. A RCB disputou com outros nomes tradicionais do mercado de crédito podres, tais como Return Capital, do Santander, Omni e Recovery, do Itaú Unibanco, que levou as duas operações anteriores que o banco fez esse ano, segundo fontes. "Fazendo a melhor proposta, a RCB vai levar as carteiras", destacou Fabri em conversa com jornalistas.
Segundo ele, o Bradesco obteve neste mês o aval do Banco Central para a compra da RCB e a empresa, além de disputar as carteiras do banco, também vai trabalhar na recuperação do crédito ativo, isto é, antes do prazo de 360 dias e que não foi lançado a perda. Assim, conforme o vice-presidente do banco, a RCB poderá contribuir para gerar melhores práticas na operação do Bradesco.
No anúncio da aquisição de uma fatia da RCB, no início de outubro, o banco informou que a partir do investimento espera melhorar entre 20% e 25% a recuperação de créditos inadimplentes nos próximos dois anos. O Bradesco, conforme noticiou o Broadcast à época a partir de informações de fontes de mercado, desembolsou R$ 224 milhões na aquisição de 65% da RCB Investimentos. O banco chegou a olhar outros ativos do mercado de NPL no Brasil, mas acabou optando pela última grande noiva disponível, com cerca de R$ 20 bilhões em carteiras adquiridas e com foco no varejo.
A investida recente dos grandes bancos no mercado de NPL começou com a venda da Recovery, antes do BTG Pactual, para o Itaú Unibanco, em 2015. Na sequência, o Santander Brasil comprou 70% da gestora Ipanema, que foi rebatizada e passou a se chamar Return. Antes, o Banco do Brasil já atuava com a sua própria gestora, a Ativos. O Bradesco, com a RCB, fechou esse ciclo. Procurados, Bradesco e BB não comentaram o assunto. (Aline Bronzati)
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