O grupo Bradesco está crescendo na área imobiliária. Não a de crédito. A de tijolos mesmo. O grupo atua diretamente no ramo por meio da BSP Empreendimentos (subsidiária da Bradesco Seguros) que administra e desenvolve prédios comerciais para locação e residenciais para venda. A matéria-prima é farta: as agências bancárias e prédios administrativos do próprio conglomerado.
A BSP Empreendimentos foi fundada em 2011 e hoje conta com cerca de 900 imóveis - um dos maiores portfólios de unidades comerciais do País, avaliado em R$ 8,8 bilhões. A grande maioria desses imóveis abriga agências do Bradesco, que paga aluguel à BSP pelo uso. A companhia acumulou receita de R$ 391 milhões no primeiro semestre de 2022, expansão de 5% na comparação com o mesmo período de 2021. No ano passado, a receita totalizou R$ 735 milhões, avanço de 20%.
Ano passado, banco desativou 100 agências
Há uma porção desocupada (cerca de 7% da área ou 10% das unidades) após o banco fechar agências e reduzir o atendimento presencial, uma tendência do mercado frente à popularização do serviço por aplicativo. Ano passado, foram 100 agências desativadas.
O superintendente executivo da BSP, Daniel Tencer, disse à Coluna que não há expectativa de que haja uma desativação tão grande de agências novamente no curto prazo, mas esse é um tema que passa por revisão de tempos em tempos dentro do banco. Ou seja, não descarta novos fechamentos, mas a tendência daqui para frente seria de uma quantidade menor.
Quando as agências ficam vazias, a BSP coloca os imóveis para locação para farmácias, pet shops ou outras lojas. Tencer disse que há uma demanda "interessante" para locações no varejo, com crescimento das lojas de rua e da busca da população por fazer tudo nas proximidades da sua própria vizinhança.
Empresa trabalha ainda com desenvolvimento imobiliário
A BSP trabalha também em outra vertente imobiliária: a de desenvolvimento. Isso acontece quando se identifica a chance de fazer um projeto maior no terreno da agência. Segundo Tencer, há cerca de 100 imóveis nessa situação, dos quais 10 já foram convertidos em novos empreendimentos.
O maior exemplo é o prédio onde fica a nova sede do Fleury, na esquina das avenidas Morumbi e Santo Amaro, na zona sul da cidade de São Paulo. No local ficava uma agência do banco, que deu lugar a um edifício entregue em maio com 23 mil m² de área bruta locável. Outro exemplo é o prédio administrativo com uma agência na Avenida Paulista que foi reformado para receber o centro cultural Japan House e uma clínica da NovaMed.
A BSP também costuma se unir a incorporadoras para erguer prédios de apartamentos para venda. Uma das parcerias deste ano foi com a Helbor em um residencial lançado em junho com R$ 115 milhões de vendas previstas. O próximo será no fim do ano, com a Cury, e deve movimentar outros R$ 105 milhões.
Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 01/09/2022, às 12h58
O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.
Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse