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Bastidores do mundo dos negócios

CA vai ter mais lojas no interior e nas ruas

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Por Talita Nascimento
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Consumidora usa ferramenta digital para comprar na C&A / Crédito: Rodrigo Paiva/C&A Foto: Estadão

A C&A deve abrir 25 novas lojas em 2021, mas a prioridade agora são cidades menores e mais pontos de venda nas ruas. A estratégia segue a lógica de mais vendas digitais que triunfou na pandemia. Hoje, unidades físicas em municípios maiores já servem como pontos de retirada das compras virtuais. O interior ainda tem potencial maior a ser explorado pelas grandes redes, que passam a usar as lojas como estoque aos pedidos on-line.

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"Há várias cidades menores, mais distantes dos grandes centros para as quais mandar um produto de São Paulo, por exemplo, demora muito tempo. Quando abrimos nesses lugares, além de ser um mercado novo e não canibalizar outros pontos, melhoramos o nível de serviço digital levando o estoque para mais perto do cliente", diz Fernando Brossi, vice-presidente de Operações da C&A Brasil. Como parte dessas cidades não têm shoppings ou, quando têm, são centros sem tanto movimento, a escolha é abrir lojas de rua em locais de mais fluxo.

Grandes centros são mais digitais

Brossi diz que a pandemia acelerou as vendas digitais nos grandes centros. "A evolução do consumo nos grandes centros deve passar pelo share (participação de mercado) online", diz. Logo, para melhorar as vendas de lojas físicas, as cidades com população de 100 mil a 500 mil habitantes parecem uma opção mais vantajosa.

O novo modelo ainda terá estúdios para influenciadoras digitais dessas regiões produzirem conteúdo, bem como espaço para exposição da marca Mind7 - que tenta traduzir tendências de maneira rápida - para que as clientes vejam os modelos e comprem online na própria loja. Nesse caso, o projeto é experimental e funciona como uma loja conceito dentro da loja. A cliente poderá ver o produto, mas não levá-lo. A compra é online, porém guiada pelos atendentes. O tamanho médio dos novos lançamentos completos é de 1.800 metros quadrados.

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C&A não está sozinha na jornada

As apostas digitais, regionais e multicanais da C&A são claras, mas a companhia não está sozinha nessas avenidas. Para a analista Julia Monteiro, da MyCap, a companhia tem na Lojas Renner, por exemplo, uma concorrente com mais experiência em logística. "Esse é um dos maiores desafios de vender online e de regionalizar seus estoques: fazer os produtos chegarem. Além disso, as vendas de vestuário online têm uma barreira que é a padronização de medidas. Um número 38 de uma loja não tem o mesmo tamanho em outra. Isso gera muita insegurança", diz. Para ela, as iniciativas da C&A fazem sentido, mas os investidores têm de ter na conta as dificuldades de execução nesse projeto de expansão.

A C&A disponibiliza a opção de retirar o produto na loja em todos os seus estabelecimentos no País, com uma média de 100 pedidos por dia. "Lançamos ainda, no Big Brother Brasil, a opção de retirar o produto em até três horas. Foi um pico", diz Brossi. Outras marcas, como a concorrente Renner também disponibilizam a retirada em lojas.

Crescimento online é comum em todas empresas da área

C&A e Renner têm visto os números de e-commerce avançar. No quarto trimestre, a modalidade cresceu 123,2% em vendas na Renner e representou 9,4% do total vendido pela companhia. A C&A ainda não divulgou seus resultados do quarto trimestre, mas, no terceiro trimestre, chegou a mais de quintuplicar sua receita online, na comparação com o mesmo período do ano anterior. As duas varejistas de moda, porém, partem de lugares diferentes. Tanto no que diz respeito a público, com a C&A mais especializada em jovens, quanto em tamanho, com a Renner mais consolidada no mercado financeiro.

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"Não adianta abrir uma loja e chamar uma celebridade. Quando a gente chama uma influencer da região, dá um orgulho para as pessoas de lá", diz Brossi.

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Ao mesmo tempo que aposta em estratégias de marketing no Big Brother Brasil, a C&A procura "garotas propaganda" digitais com a cara das cidades em que pretende abrir lojas. Os estúdios pretendem ter, inclusive, isolamento acústico e iluminação especial para que os vídeos tenham mais qualidade. Um deles ficará no Catuaí Palladium Shopping, em Foz do Iguaçu (PR).

Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 02/03/2021, às 08:00:01.

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