A estreia da bilionária oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade na B3 deverá ocorrer no início de outubro. É esse o plano inicial da cúpula da Caixa Econômica Federal, sob o comando de Pedro Guimarães, que anunciou a retomada do processo da abertura de capital de sua holding de seguros, em um momento forte do mercado de ações no Brasil diante da alta liquidez internacional e de juros reais na casa do zero. Para seguir com o planejado, a holding de seguros está debruçada no fechamento do balanço do segundo trimestre, que permitirá a atualização da documentação arquivada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em fevereiro. O processo de IPO foi interrompido após a pandemia.
De todos. Nos bastidores, a percepção é que, mesmo sendo uma oferta na casa de R$ 15 bilhões, já há demanda entre os investidores. A oferta vai mirar as pessoas físicas: espera-se que 35% das ações fiquem com o varejo. O prospecto arquivado no início do ano previa até 40% do volume. A leitura é que a marca forte - que ganhou visibilidade na pandemia, por conta do auxílio emergencial - ajuda. Além disso, a empresa também se mostrará boa pagadora de dividendos. Calcula-se que o retorno do dividendo (dividend yield) é de 7% - muito além da Selic, o que deve garantir a atração da pessoa física. Outro aposta da Caixa é o fato de sua holding de seguros ter sócios privados, o que reforça a questão de governança.
Tem mais. Além da Caixa Seguridade, o banco público ainda levará a mercado a Caixa Cartões. A instituição também está estruturando seus negócios na área de gestão de recursos e loterias, também no rol de ativos que serão vendidos. Ano passado, a Caixa já tinha iniciado o processo de desinvestimento. Vendeu em uma oferta de ações, por exemplo, as ações que tinha do IRB Brasil Re muito antes de qualquer polêmica que detonou a credibilidade do ressegurador. Nessa operação levantou R$ 2,5 bilhões, com a ação precificada na ocasião em R$ 91,93 - hoje está em R$ 9,02. Já com a venda das ações da Petrobras, também em um follow on, colocou no caixa R$ 7,3 bilhões, com o papel (ON) em R$ 30,25 - hoje está em R$ 23,70. Procurada, a Caixa não comentou.