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Bastidores do mundo dos negócios

Clima pesado deve afetar também ofertas de empresas já listadas na Bolsa

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Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e Altamiro Silva Junior (Broadcast)
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 Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Não foram apenas as estreias de empresas na Bolsa que foram congeladas, em meio à forte volatilidade no mercado. Desde sexta-feira, quando o teto do Orçamento da União foi oficialmente furado, ficou mais difícil emplacar ofertas também de empresas já listadas na B3, os chamados follow ons. Motivos: a falta de parâmetros e a perspectiva de agravamento do cenário macroeconômico.

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O furo do teto dos gastos públicos anunciado no fim da semana passada foi a pá de cal no mercado de ações, já abalado pela percepção de alta da inflação e do juro, do PIB menor, além do risco político. As ofertas subsequentes eram vistas como aquelas que poderiam ocupar o espaço das ofertas iniciais (IPOs, na sigla em inglês), disse o executivo de um grande banco. Para ele, o mercado também vive uma "entressafra" e, provavelmente, após o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, deve ficar mais claro quantos dos follow ons gestados chegarão à Bolsa.

Na semana que vem, a 3R Petroleum pretende testar o apetite dos investidores para uma oferta subsequente de mais de R$ 2,5 bilhões. Já a Allied Tecnologia recolheu os estudos do follow on anunciado em setembro.

"Follow on em teoria é mais fácil (pelo fato de a empresa já ser conhecida do investidor), mas quem optar por lançar uma oferta neste momento terá de aceitar desconto maior", disse Roberto Reis, um dos sócios da gestora Meraki Capital, que tem Lia Maria Aguiar, filha do fundador do Banco Bradesco, Amador Aguiar, entre os fundadores.

Segundo Reis, a Meraki não avalia participar de nenhum follow on este ano. "Estamos adotando uma postura tática, aumentamos exposição em ações que estavam baratas e têm liquidez, porque se não estivermos certos, podem ser vendidos eventualmente", afirmou.

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A ex-secretária do Tesouro Nacional e atual economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, afirmou que o custo do capital está aumentando, inclusive porque está ficando mais escasso. Ela participou de evento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), no qual a visão que prevaleceu para a economia brasileira foi pessimista. "Estamos entrando em uma espiral negativa", disse ela, ressaltando que negócios, planos de investimento podem ser repensados.

No mesmo evento, a economista-chefe do JPMorgan no Brasil, Cassiana Fernandes, disse que, pela primeira vez desde 2016, tem de responder a clientes do banco norte-americano perguntas sobre a solvência do Brasil. O entusiasmo com o País e a América Latina, afirmou, está no menor nível da série histórica.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 27/10/21, às 11h53.

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