Cynthia Decloedt
15 de setembro de 2021 | 18h00
Ao corroer poder de compra, inflação dificulta quitação de dívidas em atraso, segundo especialista Foto: Fabio Motta/Estadão
Entre os vários efeitos negativos gerados pela inflação mais alta dos últimos meses está a redução na capacidade de renegociação e recuperação de dívidas vencidas, entre empresas e clientes. A constatação vem do Indicador de Recuperação de Crédito do Serasa Experian, que exibe o porcentual de dívidas pagas, em até 60 dias após um calote. Em março e abril, o indicador ficou em 56% e 56,4%, respectivamente. Nos meses de janeiro e fevereiro, esses porcentuais estavam em 59%.
O economista do Serasa Experian, Luiz Rabi, diz que, ao corroer o poder de compra da população, a inflação dificulta a quitação das dívidas em atraso. Os prestadores de serviços de energia tiveram maior capacidade de recuperação de dívidas pagas em atraso em abril, seguido por bancos e cartões. Medo de corte de luz e do peso dos juros nas faturas ajudam a explicar a posição.
Os efeitos da pandemia de covid-19 na recuperação de créditos vencidos aparecem nos números desde o ano passado, quando houve o menor volume de recuperações em três anos. Na média de 2020, 57,2% das contas atrasadas num horizonte de 60 dias após a comunicação do credor foram pagas, o menor desde 2018.
Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 15/09/2021 às 14h01.
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