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Bastidores do mundo dos negócios

Com juros em alta, grandes empresas com 'corda no pescoço' devem ir de 400 para 700

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Por Cristiane Barbieri (Broadcast)
Atualização:
Ricardo K, da RK Partners:  ano perdido para grandes operações    Foto: Felipe Rau/Estadão

O aumento dos juros básicos e da inflação e o PIB patinando devem fazer grandes estragos entre as empresas mais endividadas. Um dos mais renomados reestruturadores operacionais e financeiros do País, Ricardo Knoepfelmacher, conhecido por Ricardo K., diz que o número de consultas por parte de companhias interessadas em processos desse tipo mais do que dobrou nas últimas semanas. Para ele, no primeiro trimestre de 2022 ficará mais tangível o efeito.

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Levantamento feito pela RK Partners, da qual Ricardo K. é sócio, mostra que existem hoje 400 empresas com dívidas acima de R$ 150 milhões e equivalentes a 3,5 vezes a geração de caixa. Com os juros esperados de quase 10% no fim do ano, a perspectiva é que o número de corporações com a "corda no pescoço" chegue a 700.

"As empresas não têm conseguido repassar a inflação para os preços de seus produtos, ao mesmo tempo em que têm visto aumento de insumos e margens declinantes", diz K. "Com a Selic indo de 2% para 9,5% em 1,5 ano, o impacto para as empresas endividadas foi enorme".

Recentemente, a RK Partners e a Itaú Asset anunciaram a criação de um fundo de R$ 500 milhões para ajudar a resgatar empresas em dificuldades, mas com potencial de retomar o ritmo dos negócios, cuja captação deve começar no ano que vem.

Conhecido por ter feito a reestruturação do Grupo Odebrecht e das empresas de Eike Batista, entre outros grandes processos, Ricardo K. diz que a metodologia que calcula o número de empresas fortemente endividadas é proprietária da RK. Usa dados da Serasa e outras bases privadas.

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Esta nota foi publicada no Broadcast  no dia 02/11/21, às 15h51.

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