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Bastidores do mundo dos negócios

Compass avança no mercado com Yara, mas diz estar longe de dominar gás

Por Wilian Miron
Atualização:
Compass adquiriu a fatia da Petrobrás na Gaspetro por R$ 2 bilhões Foto: Agência Petrobrás

Um dos principais desafios para que a Compass consiga efetivar a compra da participação da Petrobrás na Gaspetro é provar ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que ainda haverá concorrência no mercado de gás. A venda da fatia de 51% do negócio foi anunciada no fim do mês passado, por R$ 2 bilhões. A empresa que pertence ao Grupo Cosan, porém, continua avançando em outras frentes no mercado de gás natural. Com o destravamento do mercado livre do insumo, a partir das mudanças na legislação que aconteceram em abril, a Compass fechou mais um contrato e se tornará fornecedora da fabricante de fertilizantes Yara. É seu segundo acordo. O primeiro foi feito com a Rhodia, na semana passada.

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Segundo o diretor presidente da Compass Comercialização, Sergio Silva, a empresa negocia contratos no mercado livre com mais de uma dezena de empresas, que seriam supridas pelo terminal de regaseificação, a ser implantado no Porto de Santos e que terá potencial para fornecer 14 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d). "A Compass está muito distante de ter qualquer posição dominante no mercado de gás, mas vamos tentar ser um competidor relevante", afirmou.

Com a estrutura, a empresa pretende participar de chamadas públicas das distribuidoras de energia, a partir de 2023. "Temos dezenas de clientes em São Paulo e outros Estados, entre industriais e distribuidoras de gás", disse ele.

Acordo

O acordo com a Yara deve suprir a demanda de 700 mil metros cúbicos diários (m³/d) de gás que a fabricante de fertilizantes consome atualmente, daqui dois anos. A ideia é reduzir custos de fertilizantes nitrogenados. Hoje, o gás é a principal matéria-prima para a fabricação desses insumos e responde por até 80% do custo variável de produção.

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De acordo com o vice-presidente de soluções industriais da Yara Internacional, Daniel Hubner, a empresa tenta há pelo menos dois anos migrar para o mercado livre. Atendida hoje pela Comgás, também do Grupo Cosan, a Yara terá no mercado livre flexibilidade na indexação dos preços, que poderão ser atrelados ao Brent, Henry Hub, ou índices como TTF e JKM. O contrato com a Compass visa atender a fábrica de Cubatão (SP), mas a Yara já vislumbra consumir o produto gás em outras unidades.

Para a diretora técnica de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fátima Coviello, a falta de competitividade dos fertilizantes brasileiros é um problema que deve ser mitigado com a abertura no mercado de gás natural. Atualmente, aproximadamente 75% da demanda por fertilizantes no Brasil é atendida produtos importados dos Estados Unidos, Rússia e Oriente Médio. Em algumas categorias, como a ureia, o porcentual pode chegar a 90%.

"A demanda por fertilizantes no Brasil é bastante expressiva, mas tem sido atendida por produtos importados, então vejo essa abertura como oportunidade de novos investimentos para termos novas fábricas e outro padrão de competitividade", diz ela.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 06/08/2021, às 18h23.

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