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Bastidores do mundo dos negócios

Comportamento da Heineken com distribuidor não se alinha a práticas ESG, diz parecer

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:
Decisão de cervejaria de não renovar contrato com cláusula de exclusividade é questionada  Foto: Eric Gaillard/Reuters

A cervejaria Heineken não alinha o comportamento que tem com distribuidoras a seu posicionamento público ligado às questões ESG (ambiental, social e de governança, pela sigla em inglês), conforme parecer da professora do Insper e especialista no tema, Priscila Claro Borin. O documento, solicitado por distribuidores da marca, foi anexado a uma ação movida pela distribuidora Avante, que questiona a decisão da cervejaria de não renovar o contrato de distribuição com a cláusula de exclusividade, como vinha sendo feito há 24 anos.

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No parecer, Borin diz que "do mesmo jeito que a empresa estimula a gestão social e ambiental de seus fornecedores, estes também esperam que a Heineken tenha práticas reais que sejam benéficas não só ao meio ambiente, mas também aos próprios stakeholders, como os distribuidores". Uma das alegações da distribuidora para a renovação do contrato é que foram feitos investimentos para atender o padrão da Heineken. Também foram conquistados ao longo do período de contrato.

A relação da Heineken com a Avante começou em 1989, ainda com a Schincariol, que se tornou Brasil Kirin e acabou sendo adquirida pela Heineken, em 2017. A distribuidora afirma que não havia razões para o fim do contrato, visto que atingia metas, sendo inclusive premiada. A distribuidora alega ainda contrato abusivo, que iria contra o código de conduta empresarial da companhia.

A Heineken nega a acusação e diz que atua com transparência em todas suas relações, inclusive comerciais, como no caso envolvendo a Distribuidora Avante. "Sobre o referido processo, informamos que as últimas decisões foram favoráveis ao Grupo Heineken e que o contrato está encerrado desde agosto, após decisão do Tribunal. É importante esclarecer que cumprimos integralmente com os termos do contrato até a data final de sua vigência (02/08/2021), notificamos com 8 meses de antecedência a opção pela não renovação e ainda oferecemos, proativamente, a opção de participação em um programa de apoio para uma transição planejada e segura durante os últimos 6 meses de contrato", diz a empresa.

O grupo afirma também que a decisão pela não renovação do contrato é um direito de ambas partes envolvidas e, ao optar pelo encerramento, a empresa "dá sequência à sua estratégia de garantir a sustentabilidade do negócio no longo prazo no Brasil, que inclui investimentos em expansão, empregabilidade e fomento à economia".

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Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 23/11/21, às 10h53.

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