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Bastidores do mundo dos negócios

Consolidação do setor de luto vira embate com direito a 'Round 6'

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:
Licitação para operar os cemitérios será dia 5 de maio  Foto: Werther Santana/Estadão

O amadurecimento de um novo mercado no Brasil, que entrou recentemente na mira de fundos de private equity (aqueles que compram participação de empresas), o de "death care", ou assistência à morte, tem criado um embate entre empresários do setor. Após dois grupos partirem para a consolidação da área, o empresário e presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abradife), Lourival Panhozzi, começou a se posicionar publicamente contra esse movimento.

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"Se você não assistiu à série Round 6, nem está atento aos acontecimentos do nosso setor, não vai entender a analogia. Mas se assistiu, pelo menos o primeiro jogo (batatinha frita 1,2,3), irá perceber que a arte imita a vida. Aqueles que desistem de si e entregam sua sorte à vontade de terceiros, serão, na grande maioria, eliminados para que um pequeno grupo se beneficie", disse, em um de seus textos.

Panhozzi diz não se opor à consolidação do setor, mas que tem se posicionado contrariamente à forma pela qual os empresários estão sendo abordados para venderem suas empresas, que têm perfil familiar. "Eles basicamente estão vendo o setor pelo lado financeiro, como múltiplos de números", diz.

O setor do luto, que reúne serviços de funerárias, cemitérios, crematórios e planos funeral, uma espécie de seguro em que a pessoa paga em vida os custos para seu óbito, fatura cerca de R$ 3 bilhões por ano no Brasil. Uma fonte favorável ao movimento, diz que na verdade a consolidação é positiva e que acaba trazendo uma solução ao setor, já que muitos pequenos empresários têm dificuldade de investir.

Aquisições

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Um dos grupos que entraram para consolidar esse mercado foi o Zelo, hoje uma das maiores empresas de cemitério do Brasil. No ano passado, ele recebeu uma injeção de capital do fundo Crescera (ex-Bozano). Pátria, Kinea e Carlyle seriam algumas das gestoras que já olham o setor.

O Grupo Zelo está com muito apetite. Desde o ano passado, fez dezenas de aquisições, mas grande parte da sua receita, cerca de 70%, vem dos planos, não de serviços particulares. Além deles, o Grupo Cortel, que está na fila para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para colocar mais recursos no caixa e seguir no processo de consolidação, tem por trás a gestora Zion, investidora por meio do fundo Brazilian Graveyard, e já começou a comprar ativos para se verticalizar.

Procurado, o Zelo disse que atua há quatro anos no mercado, "no sentido de contribuir para a profissionalização do setor de Death Care no Brasil, por meio da adoção das melhores práticas de governança, compliance e sustentabilidade na gestão da empresa". Segundo a empresa, o grupo é formado por pequenas funerárias cujos donos detêm a maior parte do capital. "Nossa atuação, portanto, é rigorosamente pautada pelo respeito, qualidade, eficiência e acolhimento na prestação dos serviços às famílias de nossos mais de três milhões de clientes distribuídos em 12 estados e no Distrito Federal."

 

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 18/10/2021 às 16h31.

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