Ao menos quatro empresas já procuraram o governo do Rio Grande do Sul ou os assessores financeiros da operação para obter informações sobre o processo de privatização da Sulgás, segundo fontes consultadas pelo Broadcast Energia. O certame está agendado para 22 de outubro, na sede da B3, em São Paulo, e o valor mínimo da empresa foi estipulado em R$ 927,7 milhões, sendo que a entrega dos envelopes deve acontecer no dia 18 de outubro.
Entre os potenciais interessados, estaria o Grupo Cosan, que é considerado o principal comprador do ativo, após ter fechado recentemente a compra da Gaspetro por R$ 2,03 bilhões. A operação está sob avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A privatização da Sulgás é parte de um programa de desestatização do governo do Rio Grande do Sul, sob a gestão de Eduardo Leite. Além da concessionária de gás natural, o Estado pretende vender até o começo do próximo ano a CEEE-G, da área de geração de energia, e a Corsan, de saneamento. A modelagem e o assessoramento para a privatização estão a cargo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o secretário-chefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Arthur Lemos, a venda da distribuidora de gás ajudará o Estado a atrair investimentos, principalmente de grandes consumidores industriais que utilizam a molécula como insumo. "O gás natural é um componente importante para as indústrias, e já aumentamos o número de empresas que estão se instalando no Estado".
Questionado sobre as consultas de potenciais interessados, o secretário confirmou que desde 2020 o governo tem recebido consultas, inclusive de grupos estrangeiros, mas não confirmou quais seriam as empresas.
Procuradas, A Cosan e o BNDES não responderam.
Geração
Sobre a geração de energia, Lemos disse que o governo pretende publicar o edital para a venda da estatal até o fim deste ano, e que também tem recebido consultas de empresas interessadas na privatização desse segmento. A expectativa do governo do Rio Grande do Sul é levantar entre R$ 900 milhões e R$ 1 bilhão com a venda da CEEE-G em um leilão que deve acontecer entre o fim deste ano e o início de 2022.
Um dos potenciais compradores da empresa é a CPFL, que detém participação em três usinas Enercan, Foz do Chapecó e Ceran. Outra companhia do setor elétrico que avalia os ativos é a Engie, que está saindo do negócio de térmicas a carvão. Além delas, um fundo de investimentos estrangeiro também tem interesse no ativo.
A CEEE-G tem cinco usinas hidrelétricas no Rio Grande do Sul e oito Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), totalizando 1.253,71 megawatts (MW), sendo 909,9 MW em potência instalada própria, e outros 343,81 MW de participação em projetos realizados através de consórcios ou Sociedades de Propósito Específicos (SPEs).
No segmento de energia, o Rio Grande do Sul já conseguiu privatizar a CEEE-D, arrematada pela Equatorial Energia por R$ 100 mil, que ainda assumirá o passivo da companhia, e a transmissora CEEE-T, comprada pela CPFL por R$ 2,67 bilhões.
Lemos afirmou que o processo da geradora foi mais demorado porque o governo aguardava a finalização das discussões pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em relação à compensação por perdas relacionadas ao risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês) e às regras para a retirada de algumas usinas do regime de cotas. "Era isso que aguardávamos, avançamos, e agora estamos evoluindo na finalização da modelagem para posterior venda".
Esta reportagem foi publicada no Broadcast Energia no dia 26/08/21 às 17h00.
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