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Bastidores do mundo dos negócios

De olho na dívida, CSN contrata bancos para IPOs de unidades de mineração e cimento

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:

 Com a missão de reduzir sua dívida liquida de R$ 33 bilhões, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) contratou os bancos para estruturarem a abertura de capital de sua unidade de mineração, uma operação que pode chegar a R$ 10 bilhões, apurou o Broadcast. A sua unidade de cimento também deverá realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), segundo fonte. O objetivo da companhia é aproveitar o bom momento do mercado, com juros baixíssimos no Brasil e uma enxurrada de liquidez, fatores que estão impulsionando o mercado de renda variável no País.

O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, já tem dito há algum tempo que para reduzir a dívida da empresa, algo que tem sido cobrado pelo mercado, a venda de ativos poderia ser um caminho e que, nesse sentido, era uma alternativa o IPO de mineração, que congrega suas participações em ativos de logística, sua fatia de 60% na Namisa e Casa de Pedra. Esse IPO, no passado, já foi aventado outras vezes. Para essa oferta estão contratados o Bank of America, BTG Pactual, Bradesco BBI, Morgan Stanley e XP. A novidade, no momento, é o IPO de sua unidade de cimentos, que no segundo trimestre do ano registrou uma receita líquida de R$ 172 milhões, aumento de 18% frente ao trimestre anterior. A empresa já começou a contratação ds bancos para estruturarem a operação. A redução da dívida da CSN é uma cobrança bastante antiga do mercado e a empresa, há alguns anos, tem afirmado que tinha o compromisso na queda de sua alavancagem. Fora os IPOs, estão na mesa para uma possível venda, como já afirmaram executivos da CSN, a SWT, sua subsidiária na Alemanha, que já estaria em negociação, a qual desacelerou por conta da pandemia. Outra possibilidade seria vender as ações detidas na concorrente Usiminas. No ano passado, a CSN pediu prorrogação do prazo estabelecido pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a venda dos papéis que detém em sua concorrente. Por conta da dívida alta, ao longo dos últimos meses, a CSN seguiu com a negociação com seus principais bancos credores. Com Caixa e Banco do Brasil já alongou R$ 1,7 bilhão, e estava negociando com os privados. Depois disso, a empresa informou ao mercado que se debruçaria sobre os vencimentos de 2021, quando vencem R$ 3,9 bilhões e os de 2022, ano que a empresa precisa pagar mais R$ 5,3 bilhões. Procurada, a CSN não comentou. Contato: fernanda.guimaraes@estadao.com

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