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Bastidores do mundo dos negócios

Depois de Azul, proposta de financiamento à Gol pode sair nesta semana

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Por Fernanda Guimarães e Cristian Favaro
Atualização:
Gol e Avianca criaram a holding Abra, que controlará as duas empresas  Foto: Fábio Motta/Estadão

Depois da Azul, a Gol está perto de receber a proposta de financiamento desenhada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em conjunto com um sindicato de bancos privados, para uma linha de R$ 2 bilhões. Desse total, 60% serão garantidos pelo banco de fomento, 10% pelas instituições financeiras privadas e os 30% restantes serão captados em uma oferta pública junto a investidores. A transação será feita por meio de um título híbrido, formado por papéis de dívida atrelados a bônus conversíveis em ações e foi formatada para ajudar as companhias aéreas, que sofreram o baque da pandemia em suas operações. Inicialmente, a previsão era de que o socorro chegasse a R$ 3 bilhões por empresa.

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Antes tarde... Depois de meses debruçada sobre o assunto, na noite de domingo a Azul anunciou que recebeu uma proposta final da instituição. A principal mudança - e que faz toda a diferença para as aéreas - foi a diluição dos atuais acionistas, que será menor do que previa a proposta inicial do BNDES. Pela estrutura da operação, essa diluição será da ordem de 15% no fim do processo, considerado-se o preço da ação hoje. Antes, o BNDES tinha proposto uma diluição da ordem de 30%.

Corrida. O custo do financiamento é CDI mais 4% ao ano, mais o bônus de subscrição, que é negociado em Bolsa. São esses bônus que provocam a diluição. Agora, a Azul precisa estruturar a operação junto aos bancos, para poder, assim, levar os papéis ao mercado e executar a transação.

Chegou. As diretorias da Gol e da Azul já vinham trabalhando sobre uma proposta preliminar do BNDES há algumas semanas. A novidade agora é que o banco, pela primeira vez, entregou uma proposta formal vinculante a uma das aéreas. Os debates com a Gol estão em fase preliminar. A estimativa, contudo, é que essa proposta formal chegue ainda nesta semana para a segunda companhia. O trabalho é nesse sentido.

Melou o pique. A Latam discute a possibilidade de o BNDES oferecer o recurso dentro do DIP (Debtor in Possession Loan, mecanismo de financiamento para empresas em recuperação judicial nos Estados Unidos). A Latam entrou no chapter 11 (mecanismo de proteção judicial para empresas em dificuldades nos EUA) no fim de maio e, na semana passada, teve o uso do DIP negado pela Justiça americana. A estimativa, entretanto, é que a operação seria complexa demais e dificilmente deve sair, uma vez que a aérea não atende critérios como ter ações listadas na B3.

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contato: colunabroadcast@estadao.com

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