Depois de lançar sua plataforma de saúde para as classes C,D e E, o Banco Pan estuda um caminho para colocar em pé uma iniciativa semelhante de educação. O público de poder aquisitivo mais baixo é o foco principal de atuação do banco, e a nova estratégia foca em atender "as dores" dessas classes, para ganhar escala e se diferenciar no universo de ofertas que os bancos digitais têm lançado.
Neste mês, o Pan lançou a sua plataforma de saúde. Não é um plano de saúde tradicional, mas uma ferramenta que centraliza serviços e benefícios médicos, odontológicos e farmacêuticos, sem carência e a um custo mensal fixo inferior a R$ 10,00. Isso envolve também telemedicina. Consultas presenciais junto a uma rede de 20 mil profissionais no País saem a partir de R$ 19,90.
"Quando analisamos qualquer produto, a primeira coisa que fazemos é entender se é adequado e se atinge as dores de nosso público. A grande massa tem falta de acesso à educação e saúde", diz o presidente do Pan, Carlos Eduardo Pereira Guimarães. Segundo ele, essa é uma forma não só de engajar os clientes atuais, mas também de atrair novos consumidores. Hoje o Pan tem mais de 12 milhões clientes, dos quais 8,3 milhões estão na unidade chamada de "banking", que engloba os clientes que têm conta e/ou cartão.
Para a plataforma de saúde, o Pan fechou parceria com a rede Pague Menos e com a healthtech Avus. A Pague Menos tem presença em 26 estado no País e, assim como o Pan, é identificada com o público C, D e E.
Parcerias em discussão
Em educação, o superintendente do Banco Pan Digital, Pedro Poli Romero, diz que as discussões de parcerias estão em andamento. "Estamos estudando parcerias diversas, com escolas, fintechs, escolas de formação e universidades", conta Romero.
O desenvolvimento da plataforma de educação tem, no entanto, uma complexidade maior, segundo ele. "A questão é garantir um produto escalável, de amplo alcance, a preço acessível e que faça sentido aos clientes de 18 anos a mais de 60 anos".
Assim como a maior parte dos bancos digitais, ofertas de serviços e produtos nas plataformas trazem sobretudo o benefício de atrair clientes para os produtos financeiros. Guimarães afirma que não há um retorno financeiro importante diretamente ligado a tais produtos. "Ter o cliente conosco é o que traz retorno", diz Guimarães.
Os analistas do Citi, Gabriel Nóbrega e Jörg Friedemann, avaliam que com a plataforma de saúde o Pan entra em um negócio altamente escalável, considerando o atual ingresso de 40 mil clientes ao dia no banco, e com capacidade de ampliar as receitas com tarifas do banco. "Isso pode gerar tarifas sólidas ao banco, ajudando o Pan a diversificar receitas, uma vez que o lucro com tarifas representa atualmente apenas 8% do total de receitas", afirmam.
Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 25/08/21 às 14h15.
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