Prédio adquirido pela Mint Educacional da UNA em Belo Horizonte / Foto: Thiago Miranda/Divulgação
A Mint Capital entrou na área de educação, gostou do aprendizado e, sobretudo, do resultado. Há três anos, a gestora começou a investir na Bahema, dona de escolas de primeiro escalão no Rio, São Paulo e Minas, como Escola da Vila, Escola Viva, Balão Vermelho e Escola Parque. Hoje, tem uma fatia de 55% da empresa. Agora, encontrou outro filão a avançar: o de compra e locação dos prédios de escolas e faculdades. Seu fundo de investimento imobiliário Mint Educacional acaba de fazer sua segunda aquisição, do principal imóvel da Escola Parque, no Rio de Janeiro, por R$ 32 milhões. O fundo foi lançado no início da crise, em março, e já havia comprado uma unidade da faculdade UNA, do grupo Ânima, no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte. Com R$ 78 milhões em ativos escolares sob gestão, o fundo tem expectativa de chegar a R$ 500 milhões até o fim de 2021. Atualmente, há outros prédios escolares avaliados em R$ 150 milhões, em fase final de negociação.
Com venda de imóveis, escolas têm dinheiro para investir
Para as escolas, a estratégia libera recursos imobilizados em tijolos, quadras e salas de aulas. A Bahema, por exemplo, anunciou no domingo que concluiu a compra da Escola Autonomia por R$ 29,4 milhões. Para a Mint, o fundo conta com aluguéis de longuíssimo prazo, com inquilinos não encontrariam imóveis substitutos. Segundo Marcelo Walton, sócio da Mint responsável pela área de investimento imobiliário educacional, mesmo durante a crise, não houve qualquer pedido de renegociação de contratos porque são operações premium e lucrativas, de escolas que continuaram cobrando mensalidades integrais na pandemia.
Para dar conta das novas aquisições, a Mint está fortalecendo a área imobiliária. A ideia é também ganhar na valorização dos imóveis, localizados em bairros nobres, com o passar do tempo. Para Cássio Beldi, sócio da Mint, a vantagem da gestora é conhecer o setor e saber identificar projetos com educação de qualidade reconhecida e que existirão em 50 anos. O fundo pretende gerar para o investidor retorno anual de 7,5% a 8%, isento de imposto de renda e chegar aos poucos no varejo.