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Bastidores do mundo dos negócios

Dono do Madero, Junior Durski afirma torcer pelo Brasil e quer IPO

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Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Talita Nascimento e Altamiro Silva Junior (Broadcast)
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Depois de renegociar dívidas de curto prazo assumidas durante a pandemia com bancos, o Madero está agora com a casa arrumada para buscar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), que pode acontecer entre 2023 e 2024. Será a quarta tentativa de abrir o capital da rede de restaurantes, em uma estratégia que começou no início de 2020, com a intenção de listar ações na Nasdaq. Sem sucesso, voltou-se em 2021 para a B3, mas esbarrou na piora do mercado e no questionamento sobre o passivo da empresa, cujo endividamento chegou a cerca de R$ 1 bilhão.

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'Vou torcer sempre para o comandante do avião'

O fundador e presidente do Madero, Junior Durski, conhecido como apoiador do presidente Jair Bolsonaro, afirma que agora "torce para o Brasil". "Quero que o Brasil dê certo", diz o empresário paranaense. "Vou torcer sempre para o comandante do avião, quero que ele pilote bem." Para Durski, o Brasil "tem tudo para dar certo" e não é o momento de torcer contra. Ele afirma, no entanto, que sempre planeja o avanço de seus negócios de forma independente do desempenho da economia do País.

Oferta de ações pode acelerar expansão da rede

A captação de recursos via IPO ajudaria a companhia a zerar o endividamento com bancos e liberaria recursos para a expansão da rede, que poderia acontecer em ritmo mais acelerado, afirmou Durski à coluna. Assim, ao invés de abrir os 25 novos restaurantes em 2023, por exemplo, poderia abrir mais de 30. Mas não há pressa, diz ele, que afirma não querer abrir o capital a qualquer preço.

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Com o alongamento do endividamento conseguido no início deste ano, após renegociação com bancos, a rede terá algum conforto para acessar o mercado quando o momento estiver mais favorável a essas operações, afirma o vice-presidente financeiro, Ariel Szwarc. O Madero já tem registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e vai mantê-lo.

Em 2023, a empresa tem R$ 77 milhões de dívidas a serem amortizadas. Para 2024, a conta sobe para R$ 286 milhões, mas, ainda assim, a gestão diz que terá capacidade de pagamento. No fim do terceiro trimestre, a dívida líquida era de R$ 882 milhões. Para ajudar a reduzir os passivos, o Madero recebeu no fim do ano passado um novo aporte do fundo americano Carlyle, de R$ 300 milhões. Desse total, R$ 100 milhões foram para pagar dívidas e o resto para o caixa.

Se não houver IPO, Madero pode fazer nova emissão de CRA

Caso o IPO não aconteça no ano que vem, a empresa pode fazer a emissão de mais um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) para ganhar robustez de caixa. Em abril, captou R$ 500 milhões com uma oferta de CRA. A nova emissão, porém, deve ter tamanho menor. A necessidade de crédito de curto prazo na pandemia ensinou à companhia a lição de que ter o caixa reforçado não faz mal a ninguém. Este ano, a rede abriu 20 restaurantes, com a expansão sendo financiada por sua própria geração de caixa.

Empresa pretender abrir mais lojas de rua

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O Madero pretende abrir mais lojas de rua, pois o tráfego de pessoas nos shoppings ainda não voltou ao nível pré-pandemia. No caso dos restaurantes do grupo, o fluxo ainda está cerca de 20% abaixo do que era antes da Covid-19. Para trazer os clientes de volta, o grupo tem investido em novidades no cardápio, com frango frito nas lojas do Jerônimo e um menu de comida italiana nas hamburguerias do Madero.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 10/11/2022, às 10h21

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