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Bastidores do mundo dos negócios

Em meio à tensão com EUA, chinesa ANT Group esquece NY na hora de abrir capital

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Por Fernanda Guimarães
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Um empregado perto do logotipo do Ant Financial Services Group, braço financeiro do Alibaba/ Crédito: REUTERS/Shu Zhang/File Photo Foto: Estadão

Em meio ao recrudescimento da tensão com os Estados Unidos, a Ant Group, braço de pagamentos do gigante chinês Alibaba e dono do aplicativo Alipay, vai fazer uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) longe de Wall Street. Uma das maiores ofertas que devem ocorrer em 2020 no mundo - recentemente a empresa foi avaliada em nada menos do que US$ 150 bilhões -, a companhia escolheu fazer uma dupla listagem nas Bolsas de Hong Kong e Shangai. A última será na Star Board. Essa Bolsa existe há apenas um ano e nasceu com a missão de disputar as empresas "techs" com a Nasdaq, conhecida por atrair os grandes IPOs do setor de tecnologia em todo o mundo. A Alibaba, de Jack Ma, escolheu a Nyse para sua abertura de capital em 2014, uma oferta de US$ 25 bilhões. Foi o maior IPO da história, até ser desbancado com a chegada da petrolífera Saudi Aramco, no fim de 2019.

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Em evento da XP, CEO da Nasdaq diz que Bolsa conversa com reguladores americanos

A presidente da Nasdaq, Adena Friedman, disse na semana passada, em evento da XP, que existem hoje conversas com os reguladores dos Estados Unidos sobre a situação da listagem das empresas chinesas. "Existe algumas questões regulatórias muito específicas que estamos lidando, dialogando com os reguladores e legisladores para garantir que as empresas chinesas possam continuar trabalhando no mercado dos Estados Unidos", disse. Hoje, há mais de 100 empresas chinesas listadas apenas na Nasdaq.

No começo do ano, o Senado dos EUA aprovou uma legislação que força as empresas chinesas presentes nas bolsas norte-americanas a se deslistarem, caso não tenham documentação auditada nos Estados Unidos por um período consecutivo de três anos. Para se tornar lei, há necessidade de aprovação na Câmara dos Deputados.

Alibaba aproveitou super voto ao controlador, para se listar em Hong Kong

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Ano passado, quando a Bolsa de Hong Kong mudou suas regras e passou a permitir a existência de empresas com o chamado voto plural (aquele no qual uma classe de ação, que fica nas mãos dos fundadores, tem direito a muitos mais votos), a Alibaba se listou por lá, em uma oferta de US$ 13 bilhões. O valor de mercado da chinesa é de cerca de US$ 600 bilhões.

Contato: colunabroadcast@estadao.com

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