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Bastidores do mundo dos negócios

Em Nova York, G10+ Favelas estuda banco para latinos e oferta de ações na Nyse

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Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

Representantes do G10+Favelas tocam sino da Nyse    Foto: New York Stock Exchange

O G10+ Favelas, bloco econômico que reúne as 10 maiores favelas do Brasil, traçou planos ambiciosos ao desembarcar em Nova York. Depois de abrir um escritório permanente na Big Apple, em parceria com o King Boudouin Foundation United States (FKFUS), quer agora lançar um banco para imigrantes latinos e até mesmo realizar o IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) de uma de suas empresas na Nyse. Representantes do grupo têm se reunido com bancos e fundos estrangeiros em busca de recursos para ações voltadas à transformação de favelas no Brasil, bem como para o apoio aos imigrantes latinos que vivem nos EUA. Os bancos de Wall Street demonstraram interesse, segundo o presidente do G10+ Favelas, Gilson Rodrigues.

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Além das instituições, o projeto foi apresentado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ao Consulado do Brasil em Nova York. Agora, a ideia é aguardar a troca do governo para retomar o assunto e tentar viabilizá-lo.

'É preciso acabar com embargo a favelas'

De acordo com Rodrigues, o primeiro desafio é mudar a visão e desatar o "embargo econômico" em relação às favelas. "Em vez da favela pedindo doação, é uma favela que quer empreender e está buscando investimentos para se desenvolver", diz. Há hoje 13.151 comunidades no País, com 17,7 milhões de pessoas e R$ 180 bilhões movimentados por ano, conforme o Instituto Data Favela.

Outra ambição do G10+ Favelas é listar a Favela Brasil Xpress em Nova York. A startup já teve seu IPO na bolsa do grupo, a Bolsa de Valores das Favelas, e levantou R$ 899 mil junto a mais de 800 investidores, que participaram da captação com tíquetes a partir de R$ 10. Nascida em Paraisópolis, a Favela Brasil Xpress foi criada para solucionar um problema local de logística, que é a falta de CEP. Assim, recebe as encomendas e as distribui.

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A ideia é fazer uma listagem na Bolsa de Nova York de fato, processo para o qual a empresa está se preparando, conforme Rodrigues. Enquanto isso, o G10 segue cavando, cada vez mais, o seu espaço nos mercados financeiros. Depois de tocar o sino na Nyse, tradicional momento que marca o desembarque das empresas em Wall Street, quer fazer o mesmo na B3 ainda neste ano.

Grupo tem participação em várias iniciativas

Além da Favela Brasil Xpress e da bolsa de valores, o G10+ Favelas tem participação no G10 Bank, no Instituto de Pesquisas Favela Diz e no Costurando Sonhos Brasil, projeto que capacita e certifica mulheres de Paraisópolis, dentre outros negócios.

O G10+ Favelas também busca parceiros privados nos EUA para expandir essas iniciativas, com a venda direta de seus produtos no país. No Brasil, essa lista reúne empresas como a aérea Azul, a Enel, as Lojas Americanas, além dos bancos Itaú Unibanco e Santander Brasil.

Para 2023, o G10 planeja a segunda edição da 'Semana das Favelas em Nova York' e um jantar na Casa Branca. Os eventos estão sendo tratadas com o governo de Joe Biden, que tem como uma de suas pautas prioritárias a imigração no país.

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Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 04/11/2022, às 17h00

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