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Bastidores do mundo dos negócios

Empresas que buscam recursos para crescer retomam captação e fila bilionária de ofertas anda

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Por Fernanda Guimarães
Atualização:

As empresas com planos de expansão começaram a tirar da gaveta suas ofertas de ações. O cenário formado com juro real zero no Brasil e liquidez externa sem precedentes, por conta de injeção de dinheiro nas economias por Bancos Centrais, vai fomentar a atividade no mercado, apesar da crise trazida pela pandemia da covid-19 e o ambiente político doméstico caótico. A fila de companhias que preparavam ofertas de ações antes da eclosão da crise começa a andar e promete um segundo semestre bastante aquecido para o mercado acionário brasileiro. O BTG Pactual lançou ontem sua oferta subsequente, que pode somar R$ 2,5 bilhões para financiar o crescimento de sua plataforma de varejo digital. As postulantes a estreantes na B3 seguem na mesma toada: a Ambipar, que trabalha com gestão ambiental e tem um braço atuando na prevenção do novo coronavírus, prepara sua estreia na B3 em julho, em uma oferta de mais de R$ 1 bilhão. Entre a novatas, a fabricante de ouro Aura Minerals e a varejista Soma, dona da marca Farm, entre outras, também já estão com os IPOs no gatilho para serem lançados e já falam com investidores. Há cerca de um mês o mercado local começou a abrir espaço para as ofertas que foram engavetadas com a chegada da pandemia. Na lista de candidatas haviam mais de duas dezenas com pedido feito junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), fila que agora começa a se desenrolar. Além de Ambipar, Aura e Soma, é esperado que as demais empresas aproveitem o momento. Já estão retomando os planos a varejista de materiais de construção Quero-Quero e a incorporadora You Inc. Do mesmo setor, a Riva também revisita os planos de oferta, segundo fontes.

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Na pandemia, a bolsa brasileira já foi palco de algumas ofertas de ações, mas com características diferentes. Entre as ofertas subsequentes, que são as feitas por empresas já listadas, Via Varejo e Centauro levantaram juntas R$ 5,3 bilhões, mas como foco em reestruturação financeira e pagamento de dívidas. Ambas registraram elevada demanda entre os investidores. Já rede de estacionamentos Estapar fez seu IPO em um momento ainda de elevada volatilidade, mas para uma oferta pequena, de R$ 345 milhões, que contou com o apoio de um de seus acionistas, André Esteves, sócio sênior do BTG Pactual. A Natura, por sua vez, fez uma emissão privada de ações e levantou R$ 2 bilhões. O mercado brasileiro segue um movimentos semelhante ao observado no mercado internacional. Nos Estados Unidos os IPOs ganharam tração desde o mês passado, mas com as empresas de tecnologia liderando os pedidos de novas ofertas. O mesmo tem sido observado no mercado asiático. Por aqui, o ritmo de trabalho nos bancos de investimento já ganhou tração e a expectativa é que praticamente toda a fila parada desde março retome as operações, em algum momento do segundo semestre, podendo escorregar para o início de 2021.

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Contato: fernanda.guimaraes@estadao.com

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