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Bastidores do mundo dos negócios

Estrangeiros interessados na venda pelo BNDES das debêntures da Vale

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Por Cynthia Decloedt (Broadcast)
Atualização:

Uma das estratégias traçadas para a venda das mais de 200 milhões de debêntures participativas da Vale que pertencem ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ao Tesouro, num total de cerca de R$ 13 bilhões, é oferecer aos investidores estrangeiros. A oferta será para no máximo 50 investidores e o ativo é bom: tem um retorno baseado em uma participação nas vendas de minério da companhia por 100 anos. O grupo de fora do país, como fundos de pensão e seguradoras, já vem demonstrando interesse em adquirir os papéis. O minério de ferro está com seus preços globalmente em escalada e alguns especialistas acreditam que o metal está entre as commodities que podem passar por um superciclo de alta.

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Começou. A expectativa do BNDES, conforme informou ao mercado, é de que a oferta das debêntures ocorra no segundo trimestre. Os trabalhos estão sendo conduzidos para que aconteça efetivamente em abril. O chamado "roadshow", ou encontro com investidores para contextualizar a venda, deve ser iniciado ao final de março. Os bancos Bradesco BBI, Itaú BBA, JPMorgan e Citi foram os escolhidos para conduzir o processo. Procurado, o BNDES não comentou.

Volta o filme. A Vale informou em fevereiro, na divulgação de seu balanço do quarto trimestre de 2020, que não iria recomprar as debêntures. Mas nesta quarta-feira comunicou assembleia de debenturistas para pedir mudança no contrato do papel, permitindo que faça uma recompra - sem data definida - dos papéis e eventualmente seu cancelamento. Para a Vale seria um ótimo negócio. Essas debêntures tem um custo médio de 8,5% para a empresa, o que é bem superior à média de 3,5% do que remunera títulos de dívida (bonds) que emite no exterior. Não está claro exatamente em que momento seria feita essa recompra, caso os debenturistas aprovem essa mudança no contrato da debênture. No total, são 388 mil debêntures o que, ao preço de R$ 60,00 em que estão agora, equivaleria a R$ 23 bilhões. A perspectiva é de que o preço dessa debênture suba mais. Alguns gestores calculam que pode chegar a R$ 85,00 em 12 meses.

Contato: colunadobroadcast@estadao.com

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