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Bastidores do mundo dos negócios

Estratégia de Lula para Petrobras pode alterar modelo de venda da Braskem

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Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:
Desenho da Petrobras sob o governo Lula tende a influenciar rumos da Braskem  Foto: Braskem

A venda da Braskem não avançou este ano, nem na tentativa de ofertar ações na Bolsa e nem para um investidor estratégico, sempre esbarrando em um preço considerado baixo pelos bancos credores. Agora, vai depender da estratégia que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula a Silva terá para a Petrobras, na avaliação de interlocutores. A única proposta que a Novonor tem na mesa neste momento é a da gestora norte-americana Apollo e que inclui a aquisição da fatia que pertence à Petrobras

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Há dúvidas sobre o papel que a petroleira assumirá no novo governo. Se Lula entender que a petroleira não deve se desfazer de mais ativos, como vinha acontecendo no governo de Jair Bolsonaro, com vários desinvestimentos, pode ser retomada a estratégia de que o vendedor da Braskem seja só a Novonor (antiga Odebrecht). A dúvida, porém, é se investidores terão interesse em ser sócios da estatal na petroquímica, uma das maiores do mundo.

Ao menos parte do negócio deve continuar à venda

Na Faria Lima, fontes dizem que há investidores, como a Unipar, que não teriam esse problema. A proposta do grupo prevê recursos para que a Novonor pague cerca de 70% das dívidas a seus credores, que são os bancos, mantendo a Novonor e a Petrobras, se assim desejar, como sócias no negócio.

Já um ex-executivo da Braskem argumenta que os credores estão interessados em receber o que a Novonor deve e que alguma coisa vai precisar ser feita. Essa dívida soma algo como R$ 14 bilhões. Por isso, a intenção de venda, de ao menos parte do negócio, pode permanecer no governo petista.

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Opção de venda fatiada pode voltar à mesa

Pelo lado dos bancos privados, a avaliação também é que a venda não deve esfriar com Lula. Uma opção que pode voltar à mesa é a venda de uma fatia apenas da companhia, ou partes do negócio no exterior.

No começo do ano, os dois sócios tentaram fazer uma oferta na B3 para desfazer de parte das ações. Mas os investidores pediram um preço baixo para as ações - abaixo de R$ 40,00 - e os bancos acabaram barrando a oferta, que não cobriria o que a Novonor deve a eles.

Em seguida, a Braskem começou a receber propostas de investidores, incluindo a Apollo, que ofertou recentemente R$ 47,00 por ação da Braskem. Unipar, BTG Pactual e o grupo J&F também manifestaram interesse pela empresa. Segundo fontes, as propostas recebidas até agora acabaram ficando abaixo do valor esperado pelos credores, o que emperrou as negociações. A proposta da Unipar avaliaria as ações da Braskem em R$ 60,00, mas ainda deixaria os bancos com um pedaço dessa dívida, que já carregam há muitos anos.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 02/11/2022, às 15h48

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