Por Circe Bonatelli
05 de agosto de 2020 | 05h00
O governo dos Estados Unidos blefou ao insinuar que a Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, vinha se preparando para deixar de utilizar equipamentos de redes fornecidos pela chinesa Huawei por aqui. A Coluna apurou com fontes que a Telefônica não tomou qualquer decisão nesse sentido. Pelo contrário: ela segue trabalhando com todos os fornecedores e aguarda uma posição de órgãos oficiais do governos brasileiro sobre uma eventual restrição à Huawei. Procurada, a tele responde oficialmente apenas que não comenta o assunto.
#Tamojunto. Na prática, a Telefônica começou a ativar o 5G nas primeiras capitais desde o fim de julho, usando equipamentos da Huawei e da Ericsson. A operadora, assim como todas as demais, torcem pela permanência da Huawei no Brasil, pois, sem ela, sobrariam apenas a Ericsson e a Nokia no ramo de grandes fornecedores. Na visão das teles, isso levaria a concentração no setor, com limitação de tecnologia e aumento de custos operacionais, que acabariam sendo repassados aos consumidores.
Pressão. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, insinuou há algumas semanas que a Telefônica deixaria de trabalhar com “equipamentos de fornecedores não confiáveis” no Brasil. A menção foi feita em um comunicado em português, publicado no site da Embaixada dos EUA no Brasil, em que relaciona as restrições impostas por diversos países à atuação da Huawei. A citação direta ao grupo Telefônica causou estranheza por aqui e não passou de pressão diplomática, em meio à guerra comercial entre EUA e China, disseram fontes do mercado.
Mais pressão. Mais recentemente o embaixador norte-americano no Brasil, Todd Chapman, subiu o tom da pressão e afirmou em entrevista à imprensa que o País enfrentará “consequências” caso permita que a chinesa Huawei forneça equipamento para a rede 5G brasileira. Apesar de descartar represália do governo norte-americano, Chapman sugeriu que empresas estadunidenses poderiam deixar de investir no Brasil, por temer que seus segredos de propriedade intelectual não estejam protegidos.
Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 04/08 às 12h10.
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