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Bastidores do mundo dos negócios

Família Ermírio de Moraes e BB buscam investidores para BV após namoro com PagSeguro esfriar

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Por Aline Bronzati (Broadcast) e Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:
Estratégia do banco é apresentar empresas menores a investidor    Foto: Solange Macedo

A família Ermírio de Moraes e o Banco do Brasil negociam com um grupo de investidores a venda de uma fatia do BV, antigo banco Votorantim, apurou o Broadcast com quatro fontes, que falaram sob a condição de anonimato. As conversas ocorrem após o namoro com a PagSeguro, empresa de maquininhas do Uol, ter esfriado nos últimos dias, diante da repercussão negativa no mercado quanto a um potencial acordo, com as ações da empresa da família Frias chegando a cair mais de 18% em Nova York.

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Com a liquidez farta no mundo, interlocutores comentam que há demanda de investidor querendo colocar dinheiro no BV. Alguns deles, inclusive, já haviam sinalizado interesse de entrar no processo de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) do banco, que foi cancelado em meio à deterioração das condições do mercado. A estratégia de buscar investidores é vista como um caminho natural após as conversas com a PagSeguro esfriarem.

A avaliação é que o BV vem fazendo uma transformação digital importante e está bem preparado para a disputa com os novatos na arena que se transformou o setor financeiro. Nas palavras de uma fonte, que prefere não ser mencionada, o banco consegue ter a solidez dos grandes, pois está entre as maiores instituições do Brasil, e a agilidade dos pequenos.

Como o BV tem boa lucratividade e indicadores financeiros positivos, a família Ermírio de Moraes não tem intenção de sair do negócio, ressalta esse interlocutor. O banco, que divulga resultados no início de agosto, entregou no primeiro trimestre seu maior lucro trimestral desde que deu o pontapé em seu reposicionamento estratégico. A rentabilidade subiu e o crédito cresceu com os calotes sob controle.

Fatia menor

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Assim, agora, os sócios do BV estariam negociando com investidores uma fatia inferior à tratada com a PagSeguro - bem como o apetite dos eventuais entrantes no negócio. Com a gestão alinhada entre a família e o BB, um futuro aporte teria como foco irrigar os planos de expansão do BV. O banco, que cresceu com o negócio de financiamento de veículos, segue debruçado em uma "agenda estratégica" e de diversificação de receitas. É justamente nesse plano que os recursos dos investidores devem ser aplicados.

As conversas com os investidores, cujos nomes são mantidos sob sigilo, são capitaneadas pela família Ermírio de Moraes. O BB, por sua vez, acompanha o movimento e estaria disposto a acompanhar o sócio uma vez que também desejava vender parte de sua fatia no IPO, que não saiu.

Procurado, o BV afirmou, ao Broadcast, que "em linha com o comunicado emitido ao mercado na última quinta-feira, 8, o banco e seus acionistas negam as negociações sobre a venda do BV". Na ocasião, a PagSeguro também negou o movimento, alegando que sempre avalia oportunidades de investimento no mercado, mas "não pretende" comprar o banco BV. O BB não comentou.

 

Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 14/07/2021, às 15h48.

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