A Flytour, uma das maiores empresas do setor de turismo, está em conversas para ser vendida. Fundada pelo empresário Eloi D'Avila de Oliveira, a companhia é mais uma que está sofrendo com a paralisação das viagens de turismo e corporativas durante a pandemia.
Ainda há discussões se uma eventual aquisição aconteceria de maneira integral ou de apenas algumas partes da empresa. Segundo um dos interessados, as conversas estão acontecendo há alguns meses.
A empresa atua nos ramos de lazer e viagens a negócios, além de também ter franquias de agências de viagens e organiza eventos corporativos - todos setores fortemente afetados, desde o começo do ano passado. "Uma consolidação será inevitável do setor", diz um executivo da Flytour em condição de anonimato.
Em setembro de 2020, em meio a reclamações em atrasos com pedidos de reembolso, Oliveira se pronunciou, por meio de uma carta, afirmando que estava voltando à gestão geral da operadora. "Estou fortemente dedicado a solucionar as questões gerais e atender todas as necessidades de todos para garantir a continuidade desse negócio." Procurada, a Flytour não respondeu aos pedidos de entrevista.
O que deve atrapalhar ainda mais parte do setor - Flytour incluída - é o fim da Medida Provisória 1.036, que permitiu o adiamento do reembolso de reservas realizadas antes da pandemia. Com isso, diversas empresas conseguiram um alívio para o caixa, em um período em que o faturamento chegou a zero.
"Possível quebradeira"
Porém, o problema está longe de terminar. "Diversas companhias utilizaram o dinheiro que precisava ser pago tanto para hotéis quanto para companhias aéreas como fluxo de caixa, mas com o fim da MP precisarão fazer todos os pagamentos ou reembolsar os clientes", afirma o executivo de uma grande empresa do setor.
"No horizonte, a tendência para a retomada do turismo é promissora, mas com o fim da medida, é possível que tenha uma quebradeira de empresas", diz Marta Poggi, consultora e sócio da Strategia Consultoria, especializada no setor.
A própria CVC Corp, maior do setor e única listada na Bolsa, precisou fazer aumentos de capital para dar conta do fluxo de caixa. No total, com o follow-on (emissão secundária) que está em andamento, a empresa pode chegar a R$ 1,1 bilhão em aportes. "Sem esses novos valores, a operação da CVC estaria bem complicada", afirma uma pessoa com conhecimento do negócio.
Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 08/07/2021, às 17h30.
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