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Bastidores do mundo dos negócios

Gafisa se une a startup do grupo Loft para desbravar ramo imobiliário digital

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Por Circe Bonatelli (Broadcast)
Atualização:
Fintech  cobra taxas de 9,99% nos consórcios vendidos    Foto: Rafael Arbex / Estadão

A Gafisa, uma das incorporadoras mais antigas do País, está montando uma plataforma digital para comercializar serviços imobiliários adjacentes à venda de apartamentos, que é seu negócio principal. A iniciativa surge como estratégia para levantar novas linhas de faturamento e também embarcar na onda da digitalização que ganha cada vez mais espaço no mercado imobiliário.

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A Gafisa acaba de fechar acordo com a Nomah, subsidiária da startup Loft, para oferecer aluguel de curta, média e longa temporada dos apartamentos, além da gestão de contas e manutenção das unidades. O foco do atendimento será o público que compra os imóveis para ganhar dinheiro com o aluguel, mas não tem experiência nem tempo para lidar com o processo de locação.

O projeto piloto começa neste mês, no empreendimento Moov Estação Brás, no centro de São Paulo. O prédio tem apartamentos com plantas entre 18m² e 44 m², tamanho preferido de quem investe no setor. Para estes compradores serão oferecidos os serviços de locação da Nomah.

O projeto é tocado pela subsidiária Gafisa Serviços. Esta empresa já oferece reforma e customização das unidades vendidas pela incorporadora e vinha sendo chamada internamente de Gafisa Viver Bem. O plano agora é desenrolar esse braço de negócios explorando outros ramos. O primeiro passo é a administração e locação dos apartamentos vendidos aos investidores, podendo, no futuro, envolver até a comercialização de seguros residenciais e o financiamento com o imóvel como garantia.

"A Gafisa Serviços começou um tempo atrás com a personalização das unidades, um negócio comum no setor. Já nos últimos meses pensamos o que mais poderíamos oferecer para complementar esse serviço", conta o CEO da subsidiária, Fabio Romano. "Uma série de serviços estará embutida nessa plataforma. Queremos atuar como um grande imobiliária digital, tipo o QuintoAndar ou a Loft", complementa.

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Depois do projeto piloto, a Gafisa Serviços buscará ganhar escala, conta o executivo. Para 2021, o objetivo é fazer com que toda a ferramenta esteja funcionando bem para que possa ser replicada em novos empreendimentos e no estoque.

Empresas tech têm mais valor

Romano observa que as prestadoras de serviços digitais têm um valuation (reconhecimento de valor) potencialmente maior do que as empresas tradicionais, detentoras de "ativos pesados", como bancos de terrenos e estoques de apartamentos. "Veja o caso da Uber. Não tem nenhum carro, mas vale mais que qualquer dona de frota de táxis", exemplifica. "O valor está na plataforma digital que integra os clientes e na prestação de serviço de viagem aos passageiros", afirma, referindo-se aos exemplos que a Gafisa também visa a perseguir no ramo imobiliário.

O cofundador e presidente da Nomah, Thomaz Guz, concorda. "O valor não está só na venda dos ativos, mas também no valor da gestão. Com esse serviço buscamos aumentar a capacidade de liquidez dos imóveis, o que aumenta o seu valor de mercado", explica.

A Nomah foi fundada em 2016, com o nome de Uotel, e almejando ocupar o mercado entre a hotelaria e o aluguel residencial, com imóveis acessíveis a poucos cliques. Em 2019 a empresa recebeu investimento de executivos experientes do mercado imobiliário - Antonio Setin (fundador e presidente da Setin), Dany Muszkat (ex-CEO da Even) e Roland Bonadona (ex-CEO da Accor Hotéis). Em 2020, a startup foi adquirida pela Loft, por valor não revelado. Os fundadores da Nomah - Thomaz Guz e Fabio Bertini - seguem como sócios.

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A Loft aportou R$ 50 milhões para investimentos ano passado. De lá para cá, o número de funcionários da Nomah cresceu de 20 para 80. Já o total de apartamentos sob gestão está chegando a 500 e tem a meta de atingir 1.200 até o fim do ano. Além da Gafisa, a startup tem parcerias com as incorporadoras Setin, R.Yazbek, WTorre e Pivô. "Queremos ser o principal gestor de apartamentos residenciais do Brasil e, futuramente, da América Latina", projeta Guz.

 

Correção: a reportagem foi corrigida em 08/04/2021. O valor investido pela Loft na Nomah foi de R$ 50 milhões e não US$ 50 milhões como informado originalmente.

 

Contato: colunabroadcast@estado.comSiga a @colunadobroad no Twitter

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 06/02/2021

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