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Bastidores do mundo dos negócios

Governo quer usar Emgea, incluída no PPI, para desovar imóveis da União

O governo de Jair Bolsonaro considera utilizar sua gestora de recuperação créditos, a Emgea, como um conduíte para desovar os imóveis da União no mercado privado. A empresa, incluída na lista do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) sob o comando do secretário Salim Mattar (foto), já tem autorização para exercer tal atividade e poderia simplificar o processo sob o ponto de vista dos órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU). A União conta com um patrimônio de cerca de R$ 1 trilhão em um total de 750 mil imóveis sob gestão da Secretaria de Patrimônio da União (SPU). A transferência desses ativos para a Emgea turbinaria e muito seu balanço. A empresa soma pouco mais de 3 mil imóveis em sua carteira, avaliados em torno de R$ 660 milhões.

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Por Coluna do Broadcast
Atualização:

Em paralelo... O Governo mantém conversas com players do mercado de gestoras de empréstimos vencidos, conhecido como 'créditos podres', no intuito de vender a Emgea. Como o apetite do setor está centrado nos imóveis e nas carteiras, de mais de R$ 40 bilhões em operações com empresas e mais de R$ 22 bilhões com pessoas físicas, a tendência é a de que seus ativos e não a Emgea em si seja vendida.

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Bad bank. Tida como o "bad bank" da Caixa, a empresa foi usada para limpar os créditos que deram problema no banco público. O processo foi barrado pelo TCU em meados de 2016 após problemas identificados no repasse das carteiras junto à Emgea. Recentemente, o órgão liberou a Caixa a voltar a ceder carteiras.

Com a palavra. Procurada, a Emgea não comentou. O Ministério da Economia informou que "a Emgea foi incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND) e que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está trabalhando na elaboração de estudos de avaliação de cenários e estratégias de desestatização".

Contato: colunabroadcast@estadao.com Siga a @colunadobroadcast no Twitter

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