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Bastidores do mundo dos negócios

Incorporadora Yuny busca R$ 1 bilhão em IPO para crescer no mercado imobiliário

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Por Circe Bonatelli (Broadcast)
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A incorporadora Yuny, dos irmãos Marcos e Marcelo Yunes, está se preparando para iniciar um novo ciclo de crescimento e espalhar seus estandes de imóveis pelos bairros nobres da capital paulista, como Itaim, Brooklin, Pinheiros, entre outros. A empresa tem o plano de lançar projetos com valor geral de vendas (VGV) total de R$ 1,6 bilhão por ano, começando a ganhar tração a partir do ano que vem, apurou o Broadcast com fontes do mercado. O foco são apartamentos de dois e três quartos para consumidores de médio a alto padrão.

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Mas para isso se tornar realidade, será preciso antes concluir o seu processo de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), por meio do qual a incorporadora vislumbra atrair R$ 1 bilhão em investimentos. O prospecto acaba de ser protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os bancos BTG e Itaú são os coordenadores da oferta. Procurada pela reportagem, a companhia não fala sobre seus planos, pois está em período de silêncio.

A oferta de ações será essencialmente primária, isto é, os recursos vão para o caixa da empresa, e serão usados para aquisição de terrenos, capital de giro e digitalização dos canais de vendas. Os sócios enxergam o IPO como uma forma natural de expandir as operações, de modo que a ideia de vender a participação no negócio para colocar o dinheiro no bolso não é o foco.

A Yuny está entrando numa fila composta por mais de uma dezena de empresas do setor de construção que visam à abertura de capital em bolsa, como Cury, Kallas, Patrimar, Melnick Even, entre outras. Ao todo, elas podem movimentar mais de R$ 15 bilhões. Mas certamente o cheque dos investidores para o setor será bem menor.

Desde o arrefecimento da quarentena, duas incorporadoras reconhecidas - a You,Inc, do empresário Abrão Muszkat, e a Riva9, subsidiária da Direcional - viram seus processos de IPO minguarem por falta de demanda. Isso foi um sinal de que os investidores estão bastante seletivos nos aportes em proponentes do mercado imobiliário. Com muitas opções disponíveis e as incertezas sobre os rumos da economia global, o cálculo entre risco e retorno ficou ainda mais apurado.

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Mesmo depois da tentativa frustrada dos seus pares, a Yuny decidiu buscar o IPO apostando na consistência do seu histórico de projetos. Desde 1996, quando foi fundada, ela entregou mais de 70 empreendimentos, superando 17 mil apartamentos e salas comerciais, com VGV de R$ 15 bilhões. A lista inclui ainda edifícios corporativos icônicos na cidade, como o Infinity Tower (foto acima), com formato que lembra uma caravela na Rua Leopoldo Couto de Magalhães Jr, no Itaim. O endereço é sede de empresas como Facebook, Bloomberg, Credit Suisse, entre outras.

Em 2019, porém, a Yuny lançou projetos com VGV de apenas R$ 180 milhões, pois está num momento de "entressafra". A incorporadora teve um ciclo em que atingiu R$ 1,6 bilhão de VGV médio anual entre 2009 e 2014, após receber investimento de R$ 700 milhões do fundo norte-americano GTIS. Terminada a parceria, veio a crise nacional e a decisão de enxugar as atividades.

Agora, a direção entende que está pronta para voltar aos velhos tempos e colocar de novo o pé no barro dos canteiros. Desde 2018, a companhia voltou a comprar terrenos, preparando-se para o novo ciclo. No momento, a Yuny possui terrenos (já comprados ou com opção de compra) com potencial para lançar empreendimentos avaliados em R$ 3,7 bilhões, valor suficiente para sustentar dois anos de atividades dentro da nova meta.

Contato: colunabroadcast@estadao.com

Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 07/08/2020 às 12:37 .

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