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Bastidores do mundo dos negócios

IPO do Nubank pode ter investidores 'âncora' no exterior, com Buffett no grupo

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Por Cynthia Decloedt (Broadcast) e Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:
Base de clientes é estratégia para avançar na nova frente    Foto: JF Diorio / Estadão

O Nubank discute a possibilidade de grandes investidores atuarem como "âncoras" na oferta de ações (IPO, na sigla em inglês) que acontecerá na Bolsa de Nova York (Nyse) e na B3, simultaneamente, no início do próximo mês. O "investidor âncora" é aquele que se compromete a ficar com parte dos papéis numa oferta. Caso o plano seja bem-sucedido, o IPO pode estar garantido. Os atuais acionistas - entre eles o megainvestidor Warren Buffett - são considerados candidatos naturais a participar do processo. A entrada desses investidores aconteceria no exterior e ainda está sendo estudada, já que a apresentação a grandes compradores nos Estados Unidos, seguindo as regras do mercado norte-americano, não começou. Ainda não se sabe qual o tamanho efetivo da demanda.

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Apelo

Mesmo diante da derrocada no valor das ações de algumas fintechs nos últimos dias, como as da indiana Paytm e da Stone, a expectativa em torno da oferta do Nubank continua alta. O apelo do banco é grande: tem escala e potencial de expansão. Seu modelo de negócio totalmente digital tem poucos comparáveis no mundo. O Nubank também vende a investidores uma tese de pioneirismo, com uma estratégia de expansão internacional e bandeiras a serem fincadas em outros países da América Latina, como fez no México e no Brasil.

Banqueiros de investimentos reconhecem que houve queda expressiva dos papéis das fintechs nos últimos dias, mas a visão é que são casos específicos, como a Stone e a uruguaia de meios de pagamentos Dlocal. Ambas tiveram resultados piores do que o esperado no terceiro trimestre. A avaliação na Faria Lima (que tem interesse na manutenção do mercado aquecido) é que o apetite do investidor por empresas disruptivas, com escala e perspectiva de lucro, está inalterado, seja no setor financeiro, no varejo ou na saúde.

Entre as instituições consideradas comparáveis ao modelo de negócio do Nubank está o russo Tinkoff, um banco digital, com 20 milhões de clientes e recentemente incluído pelo banco central da Rússia na lista dos sistematicamente importantes. O Tinkoff é listado na Bolsa de Londres desde 2013 e tem valor de mercado em torno de US$ 19 bilhões. Atualmente está entrando em novos mercados na Ásia. A América Latina e a África seriam regiões para as quais o Tinkoff olharia no futuro, de acordo com o Financial Times.

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A fintech sul-coreana Kakao Pay é outra instituição considerada comparável ao Nubank. Suas ações subiram 114% na estreia em Bolsa, no início de novembro. O banco levantou US$ 1,3 bilhão e foi avaliado em US$ 9,9 bilhões.

O preço das ações do Nubank no IPO deve ser conhecidos em 8 de dezembro. Por aqui, as apresentações a investidores brasileiros já começaram. A prioridade são as pessoas físicas, especialmente os clientes do banco digital que já estão sendo convidados a entrar na oferta e a adesão tem sido forte. O grosso dos investidores institucionais no IPO devem vir de fora do Brasil.

Procurados, Nubank e Buffett não se pronunciaram.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 25/11/21, às 16h46.

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