Na decisão judicial que encaminha o processo para a câmara arbitral já consta que a J&F ficará impedida até o fim da arbitragem de vender a terceiros a fatia de 50,6% que ainda detém da fabricante de celulose ou de fazer qualquer mudança na governança da companhia.
A vantagem para a J&F agora, em relação às condições em que negociou a venda há um ano, é que tem em mãos uma empresa com um fluxo de caixa mais robusto. Os números foram reforçados pela valorização do dólar, que beneficia os exportadores, além da melhora no preço da celulose.
Queda de braço. O imbróglio entre J&F e Paper Excellence surgiu após a estrangeira ter tido dificuldades em liberar garantias de cerca de R$ 8 bilhões - formadas por avais e ações da JBS - que haviam sido concedidas pela J&F por dívidas tomadas pela Eldorado junto a um grupo de 12 bancos.
Essa era uma condição prevista em contrato fechado há um ano entre as partes para a conclusão do negócio e transferência do controle. Na Justiça, a PE pediu suspensão da data limite para o fechamento da venda - que expirou - e ainda para que a J&F aceitasse um aporte de recursos na Eldorado. O objetivo era que a empresa pré-pagasse tais dívidas e pudesse, ao final, ter as garantias liberadas.
Risco. A J&F teria oferecido uma extensão de 30 dias do prazo, mas não aceitou o aporte na Eldorado, porque teria visto risco nessa solução: ao fazer o aporte a PE se tornaria grande credora da Eldorado e a J&F não teria, na outra mão, a liberação automática das garantias. Como isso era parte do acordo firmado no ano passado, cláusula que não foi cumprida, a J&F optou em extinguir o contrato. Procuradas, as empresas não comentaram.
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