Fartura. Todas as companhias que acessaram o mercado de dívida no exterior desde meados de maio tiveram grande sucesso. Os livros de ordens das operações de bonds feitas no pós-pandemia têm sido preenchidos com volumes que superam, na média, quatro vezes o que as empresas levantaram. Para alguns nomes, como Petrobras, a demanda chegou a cinco vezes. Com este grau de interesse, puxado pelo juro zero no mundo, os emissores têm conseguido o feito inédito de captar a custo semelhante ao praticado antes da pandemia, apesar das várias incertezas que ainda cercam o mundo à respeito dos desdobramentos do covid-19.
Pedágio. No caso da Braskem, o mais provável é que os investidores exijam um pedágio para colocar o papel na carteira, dada as características dos bonds e dos riscos implícitos da empresa. Uma ideia comentada no mercado é de que a taxa de remuneração fique em torno dos 7,5%, considerando um horizonte de cinco anos, já que, embora o bond seja perpétuo, existe no contrato do bond a opção de recompra dos papéis pela companhia no quinto ano.
Arriscado. Na estrutura dos bonds propostos pela Braskem, o juro a ser pago deixa de ser fixo após cinco anos e ainda o emissor poderá optar por postergar o pagamento de juro dos papéis, que ficarão sendo acumulados nessa hipótese. Também, o bond não têm cláusulas de compromissos financeiros ou operacionais, os chamados covenants e que são comuns nos bonds. Essas cláusulas asseguram os investidores a possibilidade de cobrança dessa dívida se algumas dessas cláusulas forem descumpridas. Procurada, a Braskem não comentou.