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Bastidores do mundo dos negócios

Madero melhora perfil da dívida e ganha alívio após captação e renegociação com bancos

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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:

Grupo conseguiu ampliar prazo médio de suas dívidas    Foto: Werther Santana/Estadão

Após sua dívida bruta bater em R$ 1 bilhão, a rede de restaurantes Madero conseguiu pagar parte dos passivos e, junto com uma nova captação no mercado, melhorou o perfil de seu endividamento. Os prazos de vencimento foram elevados para 5 e 6 anos, o que ajudou a reduzir mais de 90% da dívida de curto prazo da empresa paranaense, ou seja, os vencimentos de 2022, agora responsáveis por somente 6% do total dos passivos.

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O Madero informou que pagou R$ 100 milhões em dívidas junto a credores financeiros. Além disso, captou R$ 500 milhões por meio de um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) no fim de fevereiro. Os bancos credores acabaram comprando mais de 70% dos papéis e do total, só R$ 127 milhões ficaram com investidores do mercado. O diretor  de um banco destacou que, como a operação ajudou a reduzir o endividamento do grupo, mesmo com as instituições financeiras comprando a maior parte dos papéis, acabou sendo positiva para os dois lados.

Com a amortização e o CRA, o prazo médio da dívida do Madero passou de 1,4 ano para 3,8 anos. Houve ainda nova rodada de renegociações com os bancos credores - BTG Pactual, Banco do Brasil e Bradesco. Com o Itaú, o grupo postergou o prazo de vencimento de debêntures que tinha com  a instituição para 5 anos, com a primeira amortização de principal em setembro de 2023.

Dessa forma, a dívida de curto prazo do Madero, com vencimentos em 2022, que correspondia  a 69,1% do endividamento da rede de restaurantes, passou a representar 6,3%. A dívida de longo prazo, com vencimentos entre 2023 e 2028, que anteriormente representava 30,9%, subiu para 93,7%.

IPO cancelado

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O Madero esperava fazer uma abertura de capital (IPO, em inglês) em 2021 para resolver o problema da dívida, mas acabou tendo que cancelar a operação com a piora do mercado. Inicialmente se esperava que no começo deste ano houvesse uma janela para IPOs, o que acabou não se concretizando.

Quando o mercado de ofertas de ações fechou, no segundo semestre do ano passado, o Madero informou que implementou três ações: capitalizou a companhia em R$ 300 milhões, com recursos do fundo americano Carlyle, que já era acionista da rede; conseguiu o registro de companhia aberta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que está ajudando a melhorar a governança; e começou o plano de mudar o perfil da dívida.

O fundador de CEO do Grupo Madero, Junior Durski, avalia no comunicado que com essas ações e a adequação da estrutura de capital da empresa, é possível agora "esperar com tranquilidade uma nova janela no mercado para IPOs a valores alinhados com a expectativa dos acionistas".

A empresa segue com planos de expansão pelo País. A estratégia de abrir mais unidades já se refletiu no crescimento da receita líquida do Madero, que foi a maior da história do grupo no quarto trimestre de 2021, de R$ 367,2 milhões, alta de 36%. O grupo tem 262 restaurantes.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 22/03/22, às 11h19.

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