Uma das poucas empresas da Bolsa brasileira que mantém elevada valorização a despeito da covid-19, a Marfrig, do empresário Marcos Molina, foi procurada hoje por bancos de investimento para a realização de uma oferta de ações (follow on). No entanto, o frigorífico teria rechaçado a ideia.
A Marfrig já fez uma oferta, de cerca de R$ 3 bilhões, em dezembro do ano passado. Desse total, R$ 2 bilhões foram para o caixa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que deixou de ser sócio. A proposta para a realização de uma oferta não é à toa: ao contrário do que tem sido observado no mercado, a leitura é de que a Marfrig poderá ter neste ano um dos melhores da sua história: foi essa a conclusão de relatório de hoje do Credit Suisse. O mesmo documento, que ajudou na alta das ações de hoje, teria sido utilizado como um argumento para o bom momento para a oferta. Além do dólar elevado ajudar as exportadoras, a Marfrig pode se beneficiar do fechamento temporário de frigoríficos nos Estados Unidos e está bem posicionada no mercado chinês. Os bancos teriam argumentado que a Marfrig teria facilidade para fazer caixa, como forma de precaução, já que não se sabe quando o fim da crise vai chegar. No ano, a ação da Marfrig acumula alta de cerca de 37%, ao passo que o Ibovespa recua 32%.
Procurada, Marfrig, que está em período de silêncio, não comentou.
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