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Bastidores do mundo dos negócios

MaxMilhas faz primeira aquisição e quer desafiar 'status quo' do setor de viagens

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Por Juliana Estigarríbia
Atualização:
Max Oliveira, da MaxMilhas. Foto: Felipe Manoel de Carvalho/Divulgação

A MaxMilhas, startup com mais de 7 milhões de passagens aéreas vendidas, acaba de fazer sua primeira aquisição. A empresa mineira comprou a Lance Hotéis, plataforma que permite ao cliente reservar hospedagens negociando as diárias. Sem abrir valores, o CEO da MaxMilhas, Max Oliveira, diz que a empresa quer ir além da venda de passagens e pretende "desafiar o status quo" do setor.

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"Frequentemente, o consumidor está realizando um sonho ao programar uma viagem, nada pode dar errado, por isso este é um mercado de poucas marcas, não vemos muitas startups no turismo. Nós também estamos auxiliando as startups a chegar lá", afirma Oliveira em entrevista ao Broadcast. "Somos uma travel tech porque conseguimos agregar valor de forma relevante. Mais importante do que ter tecnologia é o modelo de negócios, desafiar o status quo. As empresas grandes são o status quo", complementa.

A MaxMilhas nasceu em 2013 da experiência pessoal de Oliveira, com capital próprio. "Eu não era do ramo, fui comprar uma passagem para ver minha namorada e o preço tinha aumentado muito. Pensei: será que não tenho um amigo com milhas? E percebi que com milhas o preço não havia alterado", conta.

Segundo ele, a transparência com os clientes é um grande diferencial. "Claro que perdemos algumas vendas, mas muitos compram de nós mesmo quando a tarifa está um pouco mais cara pela facilidade e atendimento. Mas os consumidores percebem que aqui é barato", garante.

A travel tech cadastra milhas de vendedores e, toda vez que há uma compra na plataforma, o sistema seleciona o comprador, emite a passagem e transfere para o cliente. "O mercado de compra e venda de milhas sempre existiu, com algumas agências fazendo este serviço, mas não existia muita tecnologia, não era bem orquestrado. Demos escala e segurança ao negócio", afirma Oliveira.

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Ele relata que a covid-19 atingiu em cheio a empresa. "No pior mês da pandemia, nossa receita caiu para 10% do registrado no mês anterior. Tivemos que desligar 167 funcionários, que correspondiam a 42% da equipe. Renegociamos com fornecedores e aderimos à MP de redução de jornada, eu fiquei quatro meses sem salário." Com a retomada do mercado, porém, houve uma série de novas contratações, aproximando o número de funcionários da empresa ao patamar pré-pandemia.

Oportunidades

No cenário de crise, a MaxMilhas, que nunca recebeu aporte, viu a oportunidade de adquirir a Lance Hotéis. "Entramos em três negociações e uma saiu. Houve pouco dispêndio de caixa imediato", diz o empreendedor.

Na Lance Hotéis, o cliente informa o destino e a data que pretende viajar, selecionando uma das opções de pousadas, hotéis e resorts. Em seguida, escolhe pagar a reserva na hora ou negociar o valor da diária, fazendo uma proposta de preço. Se for aceita, a compra é finalizada.

"Muito mais do que a base de clientes, nosso maior interesse vem do DNA de travel tech, gostamos de fazer algo diferente. O sistema da Lance Hotéis é muito bem feito e houve sinergia com o time", observa Oliveira.

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Com concorrentes como Decolar.com, 123Milhas e ViajaNet, a MaxMilhas quer continuar indo às compras. "Já somos uma das principais traveltechs do País e nossa estratégia é abrir novas verticais de negócios. Hotel é uma delas e agora teremos o que chamamos de pacote de experiências."

Segundo Oliveira, hoje ainda há uma certa instabilidade na oferta de voos, em um cenário de pandemia. "Mas os voos vão abrir novamente. É possível que haja um aumento da tarifa nos próximos meses, a demanda reprimida é grande", avalia.

No entanto, a MaxMilhas quer continuar diversificando os negócios. "Diversificar é uma forma de não depender só das aéreas. Temos custos fixos baixos, mas nosso foco é impedir que cresçam muito no futuro", assinala.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 17/08/21 às 17h59.

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