PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Bastidores do mundo dos negócios

Minoritários podem virar pedra no sapato em IPO bilionário da SmartFit

Foto do author Cynthia Decloedt
Por Cynthia Decloedt (Broadcast)
Atualização:
Smartfit registrou alta de 20% no número de alunos no terceiro trimestre de 2021  JF Diorio/Estadão Foto: Estadão

A ação movida na Justiça por sócios minoritários da subsidiária ADV Esporte pode trazer transtorno à oferta de ações (IPO, na sigla em inglês) da rede de academias SmartFit, do empresário Edgar Corona. Na terça-feira,  começou o período de reserva da oferta, que terá seu preço definido no dia 12 e pode movimentar R$ 3 bilhões. Com 21% de participação na ADV, os sócios Adalberto Cléber Valadão e seu filho, Adalberto Cléber Valadão Júnior, reclamam na Justiça de São Paulo o descumprimento de um acordo de acionistas, por meio do qual esperavam ver compensado o investimento financeiro no negócio, em uma eventual oferta de ações na Bolsa.

PUBLICIDADE

Diante da ação na Justiça, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo para entender o caso, que não aparece entre os fatores de risco da oferta. Em caráter de urgência, dada à proximidade do IPO, o advogado que representa os minoritários busca garantir que seja preservado aos dois sócios o valor financeiro da participação de ambos na sociedade e que será diluída no IPO.

Se a Justiça paulista entender que os minoritários têm esse direito, provavelmente os parâmetros da oferta podem ser alterados, uma vez que implicaria mudanças no contexto das ações a serem vendidas. Caso esse não seja o entendimento, provavelmente os investidores que participarem da oferta carregarão consigo um litígio. Mais para frente, a disputa pode resultar em uma diluição a eles, já que os minoritários têm intenção de levar o caso adiante.

"Propósito da ação não é impedir IPO"

Conforme relatado no processo, a Smartfit afirma que a ADV Esportes representa 8,6% do faturamento total da rede. "O propósito da ação não é impedir ou prejudicar o IPO, mas apenas resguardar o direito contratual de participar dele, conforme o previsto no acordo de cotistas e, consequentemente, dar transparência ao processo da oferta e evitar um efeito cascata negativo para a empresa e seus acionistas no futuro", afirma o sócio do Azevedo Sette Advogados, Marcelo Padilha Cabral, que representa os dois minoritários.

Publicidade

Segundo o processo que corre na Justiça, o acordo de cotistas foi fechado em 2010 com a ADV, quando houve a entrada do fundo Pátria na SmartFit. O objetivo era compensar os sócios da ADV Esporte pela diluição resultante do ingresso do fundo. Pai e filho tinham, até a chegada do Pátria, 35% de participação na ADV. Os documentos entregues à Justiça informam que o acordo de acionistas previa ainda a não distribuição de dividendos até que fosse feita a oferta de ações.

Esse acordo, de dez anos, foi renovado em 2017, conforme a petição. Apesar disso, passou a ser desrespeitado, não só no que diz respeito ao IPO, mas também em cláusulas de não competição em Brasília e no perímetro de 40 quilômetros da capital. Desde 2019, quatro franquias foram abertas em desacordo ao contrato dos sócios. Nesse sentido, há também pedido para que a SmartFit cesse a abertura de novas academias, cumprindo o contrato.

O Cescon Barrieu, que representa a SmartFit, não comentou.

 

Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 30/06/2021 às 17h47

O Broadcast+ é a plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.

Publicidade

Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse

Contato: colunabroadcast@estadao.comSiga a @colunadobroad no Twitter

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.